Dilma Rousseff

Governo Dilma Rousseff (2011-2014)

Escândalo Erenice Guerra - Chefe da Casa Civil | 2010

No dia 16 de novembro de 2010, o Palácio do Planalto anunciou a demissão de Erenice Guerra do posto de ministra-chefe da Casa Civil. A decisão foi tomada depois de duas denúncias publicadas na imprensa ligarem seu filho, Israel Guerra, a um suposto esquema de cobrança para intermediar projetos privados junto a órgãos do governo. Em sua carta de demissão, Erenice negou as acusações, mas disse que teria de se desligar do cargo para "defender sua imagem e de sua família".
Entenda o caso:

Que denúncias derrubaram Erenice Guerra? A primeira delas veio à tona no sábado, por meio de reportagem da revista “Veja” que colocava Israel Guerra, filho de Erenice Guerra, no centro de um suposto esquema de tráfico de influência. Segundo a revista, Israel teria cobrado uma "taxa de sucesso" à empresa MTA Linhas Aéreas, interessada em renovar sua concessão junto à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e fazer negócios com os Correios. Ainda de acordo com a reportagem, o filho da então ministra teria embolsado R$ 5 milhões com o "sucesso" do negócio avaliado em R$ 84 milhões. 

Outra denúncia, veiculada pelo jornal Folha de S. Paulo voltou a apontar Israel Guerra como "lobista", dessa vez em um caso envolvendo a empresa EDRB e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A empresa teria sido orientada por um servidor da Casa Civil a "procurar" a Capital Consultoria, empresa em nome de Saulo Guerra, também filho de Erenice Guerra e irmão de Israel, para facilitar a liberação de um empréstimo no valor de R$ 9 bilhões junto ao banco.

Como os envolvidos se defenderam?

A MTA Linhas Aéreas negou qualquer relação com Israel Guerra e afirmou, por meio de nota, que o contrato firmado com os Correios foi totalmente regular. Ainda de acordo com a companhia, o empresário Fábio Baracat (que teria contratado Israel em nome da MTA), "nunca foi sócio, funcionário ou administrador" da empresa. No entanto, o próprio Israel teria confirmado, em resposta enviada à “Veja”, os contatos com Baracat como representante da MTA, mas negou a prática de tráfico de influência. Erenice Guerra também negou as acusações.

Como o governo reagiu às denúncias?

Preocupado com o impacto das denúncias na campanha eleitoral, o governo tentou, inicialmente, desvincular a imagem de Erenice Guerra a de sua antecessora na pasta, a então candidata à Presidência Dilma Rousseff (PT).  Durante debate entre candidatos da RedeTV!, Dilma disse que não aceitaria ser julgada com base "no que aconteceu com o filho de uma ex-assessora".

Erenice  Guerra foi secretária-executiva da Casa Civil, segundo posto mais importante da pasta, durante a gestão de Dilma Rousseff. A estratégia começou a mudar quando Erenice divulgou uma nota negando as acusações e atribuindo-as a uma "campanha de difamação em favor de um candidato aético e já derrotado", referindo-se veladamente a José Serra (PSDB).

O tom da nota desagradou não apenas o Palácio do Planalto, como também a campanha de Dilma Rousseff.  Esse fato, aliado a mais uma denúncia, acabou deixando Erenice em situação "insustentável" no governo e culminou em sua demissão.

Erenice perdeu a pasta, para não prejudicar a campanha de Dilma, e recebeu uma moção de censura da Comissão de Ética. Três de seus assessores deixaram a Casa Civil e um diretor dos Correios apaniguado por ela foi expulso do governo. A sindicância aberta para investigar os casos de tráfico de influência não deu em nada, mas a Controladoria-Geral da União comprovou as irregularidades em contratos públicos. O Ministério Público e a Polícia Federal também constataram que as denúncias eram verdadeiras. No entanto, em julho de 2012, as investigações foram arquivadas. A procuradora encarregada de atuar no caso, Luciana Marcelino, não viu a ocorrência de crime, não deixando alternativa ao juiz responsável pelo inquérito, Vallisney de Souza. Disse ele, com certa dose de resignação nas palavras: 'Segundo a lei, o juiz não pode indeferir o pedido de arquivamento e dar continuidade às investigações'. A impunidade, entretanto, pode ser apenas relativa. O Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) verificou que pelas contas bancárias da família Guerra e de seus sócios passaram volumes de dinheiro incompatíveis com os rendimentos declarados à Receita Federal. Diante da possível prática do crime de lavagem de dinheiro, a polícia vai abrir um novo inquérito.

Em outubro de 2012, a ex-ministra voltou a tratar de negócios públicos. Dessa vez, agindo nos bastidores do Tribunal de Contas da União (TCU). Ela circula por gabinetes de ministros debatendo processos sobre a concessão das linhas interestaduais de ônibus.

Palocci Consultor | 2011

Absolvido pelo STF e reconduzido ao primeiro escalão, Antonio Palocci tornou-se em 2011 uma espécie de primeiro-ministro de Dilma Rousseff. Em maio, reportagens do jornal A Folha de S.Paulo mostraram que o patrimônio de Palocci multiplicou-se por 20 em apenas 4 anos e que em 2010, ano em que o então deputado federal coordenava a campanha de Dilma à Presidência, sua empresa de consultoria faturou 20 milhões de reais. Reportagem de VEJA revelou que o luxuoso apartamento que o então ministro da Casa Civil alugava em São Paulo estava registrado em nome de um laranja. Palocci tentou explicar na TV o extraordinário faturamento de sua empresa - páreo para as maiores consultorias do país -, mas não afastou as suspeitas de enriquecimento ilícito e tráfico de influência. Ele se negou a revelar o nome de seus clientes e, mais uma vez, deixou o governo.

Envolvido: Antonio Palocci (Médico; ex-ministro da Fazenda do governo Lula; ex-ministro-chefe da Casa Civil do governo Dilma)

Escândalo nos Transportes | 2011

Em julho de 2011, reportagem de VEJA revelou um esquema de corrupção montado no Ministério dos Transportes sob o comando do PR. Conforme os relatos obtidos pela revista, o partido cobrava 4% de propina de empreiteiras interessadas em contratos com o governo. O esquema tinha como coração o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e a Valec, estatal das ferrovias. A maior parte do dinheiro ia para o caixa do PR, sob a direção do então ministro Alfredo Nascimento e do deputado Valdemar Costa Neto. O restante era destinado aos parlamentares dos estados em que as obras eram - ou deveriam ser - feitas. Segundo os auditores da CGU, 682 milhões de reais foram desviados. A Polícia Federal abriu 79 inquéritos sobre os desmandos na pasta, e 55 servidores públicos estão sendo investigados. O escândalo derrubou o ministro, seu chefe de gabinete (Mauro Barbosa), os chefes do Dnit (Luiz Antonio Pagot) e da Valec (José Francisco das Neves, o Juquinha) e mais de 20 funcionários da pasta.

Envolvidos: Alfredo Nascimento (Ex-ministro dos transportes e senador); José Francisco das Neves (Juquinha); Luiz Antonio Pagot; Valdemar Costa Neto

Escândalo na Agricultura | 2011

Demitido da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) após VEJA revelar um pagamento irregular de 8 milhões de reais, Oscar Jucá, irmão do senador Romero Jucá, decidiu contar o que sabia sobre os esquemas de fraude no órgão. A VEJA, informou em julho de 2011 que PMDB e PTB tentavam controlar a pasta no intuito de embolsar dinheiro de negócios superfaturados. Em um dos casos, representantes da Conab tentaram protelar o pagamento de uma dívida para aumentar o valor e repassar parte deles para autoridades do ministério. No outro, um terreno da estatal foi vendido por um valor quatro vezes menor que o de mercado para a empresa de um amigo do senador Gim Argello (PTB). O esquema teve início quando o então Ministro da Agricultura, Wagner Rossi, comandava a Conab, entre 2007 e 2010. Na semana seguinte, VEJA revelou que o lobista Júlio Fróes atuava livremente no ministério, com acesso à entrada privativa e sala com computador, telefone e secretária - tudo com aval da cúpula. Uma semana depois, nova reportagem de VEJA mostrou que Rossi é um colecionador de problemas, que vão de cobrança de propina a crime eleitoral. Uma investigação da Polícia Federal concluiu que a pasta da Agricultura abrigava uma "organização criminosa" com o claro objetivo de surrupiar dinheiro do contribuinte. O trabalho da PF resultou no indiciamento de nove pessoas, entre elas o ex-ministro Wagner Rossi, seu chefe de gabinete, Milton Ortolan, e o lobista Júlio Fróes. A eles foram atribuídos os crimes de peculato, formação de quadrilha e fraude em licitação. Os integrantes da organização podem pegar até quinze anos de cadeia.

Envolvidos: Wagner Rossi (Advogado e ex-deputado federal, ex-presidente da Conab e ex-ministro da Agricultura no governo Dilma); Julio Fróes; Milton Ortolan; Oscar Jucá

Escândalo no Turismo | 2011

Em agosto de 2011, a Operação Voucher, da Polícia Federal, desmontou um esquema de desvio de verbas do Ministério do Turismo. Foram presas 38 pessoas, entre elas oito funcionários da pasta - três estrategicamente próximos dos preparativos para a Copa do Mundo de 2014 e a Olimpíada de 2016. A investigação começou tendo por foco uma estranha emenda de 4 milhões de reais ao Orçamento apresentada em 2009 pela deputada Fátima Pelaes (PMDB-AP), revelada por VEJA em dezembro de 2010. Descobriu-se que a beneficiária da emenda da deputada era uma ONG fantasma. Segundo as investigações da PF, a mesma estratégia pode ter sido usada para desviar mais de 30 milhões de reais dos cofres públicos. Seu mentor, ainda conforme as investigações, foi o petista Mário Moysés, chefe de gabinete de Marta Suplicy na prefeitura de São Paulo e seu secretário executivo na Esplanada, no mesmo ministério do Turismo. O escândalo atingiu em cheio o PT, uma vez que os desmandos eram uma clara herança do governo Lula, mas isso não bastou para garantir o então ministro Pedro Novais, do PMDB, no cargo: no mês seguinte à Operação Voucher, soube-se que o peemedebista usara dinheiro público para pagar o salário de uma governanta e que sua mulher se servia de um funcionário da Câmara dos Deputados como motorista particular. Em 30 de agosto, o Ministério Público Federal no Amapá denunciou 21 suspeitos de envolvimento no esquema. Parte do inquérito seguiu para a Procuradoria-Geral da República, uma vez que a deputada tem foro privilegiado.

Envolvidos: Frederico Silva da Costa (Ex-secretário-executivo do Turismo); Colbert Martins; Fátima Pelaes; Mário Moysés; Pedro Novais

Escândalo em Cidades | 2011



Depois dos escândalos que derrubaram os ministros dos Transportes e da Agricultura, o radar do Palácio do Planalto apontou em agosto de 2011 para o gabinete do ministro Mário Negromonte (PP), das Cidades. Reportagem de VEJA revelou que um grupo de parlamentares do próprio PP procurou a ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, para acusar Negromonte de transformar o ministério num apêndice partidário. Segundo os deputados, o ministro oferecia 30.000 de mesada em troca de apoio. Não saiu mais da berlinda: nos meses seguintes, viu sua pasta envolvida na adulteração de um projeto bilionário, foi flagrado usando verbas do ministério para promoção pessoal (e eleitoral) na Bahia e participou de uma reunião com lobistas de uma empresa que, posteriormente, assumiria contratos na pasta. Em fevereiro de 2012, quase seis meses após o racha no PP, Negromonte deixou o cargo.

Envolvidos: Mário Negromonte (Deputado federal (PP-BA), ex-ministro das Cidades); Cássio Peixoto; João Ubaldo Coelho Dantas

Escândalo no Esporte | 2011

Em outubro de 2011, reportagem de VEJA revelou a existência de um esquema organizado pelo PCdoB no Ministério do Esporte para desviar dinheiro público usando ONGs amigas como fachada. Então titular da pasta, Orlando Silva foi apontado como mentor e beneficiário dessa engrenagem. Em entrevista a VEJA, João Dias Ferreira, policial militar e militante do PCdoB, afirmou que as ONGs só recebiam os recursos mediante o pagamento de uma taxa previamente negociada que podia chegar a 20% do valor dos convênios. O PCdoB indicava desde os fornecedores até pessoas encarregadas de arrumar notas frias. Calcula-se que o esquema tenha desviado mais de 40 milhões de reais em oito anos.

Envolvidos: Orlando Silva (Ex-ministro do Esporte; ex-presidente da UNE); Agnelo Queiroz; João Dias

Escândalo no Trabalho | 2011

Reportagem de VEJA publicada em novembro de 2011 trouxe à tona o primeiro de uma série de escândalos que culminariam na queda do então ministro do Trabalho, Carlos Lupi: caciques do PDT comandados por Lupi transformaram os órgãos de controle da pasta em instrumento de extorsão. O grupo agia em duas frentes. Numa delas, extorquia ONGs às voltas com irregularidades na execução dos contratos e que, por isso mesmo, ficavam sem receber dinheiro da União. Na outra, fazia vista grossa a malfeitorias cometidas por ONGs amigas. Uma dessas organizações era comandada por Adair Meira, que, conforme revelou VEJA, pagou o avião usado por Lupi em uma viagem ao Maranhão em 2009. A princípio, o ministro negou que tenha viajado no avião King-Air providenciado por Meira. Fotos e vídeo, porém, desmentiram o ministro. VEJA mostrou também que assessores do ex-ministro cobravam propina em troca de liberação de registro sindical.

Envolvidos: Carlos Lupi (Ex-ministro do Trabalho); Adair Meira; Ezequiel Nascimento

Caso Cachoeira | 2012

Em fevereiro de 2012, a operação Monte Carlo, da Polícia Federal, revelou as íntimas relações do bicheiro Carlos Cachoeira com influentes políticos do Centro-Oeste, tanto da oposição como da base aliada. O senador goiano Demóstenes Torres (ex-DEM), figura de proa da oposição, foi o primeiro atingido. Uma série de gravações apontou que um dos mais combativos políticos do Congresso usava sua influência e credibilidade para defender os negócios de Cachoeira em troca de ricos presentes. Também se complicaram parlamentares de pelo menos seis siglas (PT, PSDB, PP, PTB, PPS e PCdoB), três governadores (o petista Agnelo Queiroz, do Distrito Federal, o tucano Marconi Perillo, de Goiás, e o peemedebista Sérgio Cabral, do Rio) e a Delta, de Fernando Cavendish, empreiteira com maior número de obras no PAC. As revelações levaram à abertura de diversos inquéritos no STF, STJ e na Justiça Federal de Goiás e à criação de uma CPI no Congresso, presidida por Vital do Rêgo (PMDB-PB) e relatada por Odair Cunha (PT-MG).


Criada pelos radicais do PT para atacar desafetos do ex-presidente Lula na oposição e na imprensa e desqualificar o trabalho do Ministério Público e do Supremo Tribunal Federal, a comissão encerrou seus trabalhos em dezembro de 2012 exatamente como começou: resumida a uma farsa cujas conclusões não chegaram a preencher duas páginas de papel. Os integrantes da comissão acabaram por rejeitar o relatório de Odair Cunha. Antes de encerrar os trabalhos, os parlamentares aprovaram um parecer paralelo de duas páginas, redigido pelo deputado Luiz Pitiman (PMDB-DF), que não pede o indiciamento de nenhum suspeito e apenas encaminha a investigação para o Ministério Público Federal.

Deixaram de ser investigados, por exemplo, os caminhos pelos quais circularam cerca de 10 bilhões de reais movimentados por mais de 20 empresas fantasmas, e pelo menos 7 bilhões de reais recebidos pela Delta Construções ao longo de cinco anos. As investigações indicam que a construtora pode ter alimentado caixas de campanhas em todo o país, além de ter usado laranjas para pagamento de propina em troca de favores no governo federal e nos estados. Oficialmente, a CPI investigou apenas sete empresas fantasmas ligadas à Delta, que teriam movimentado 148 milhões reais em quatro anos – a maior parte desse valor em CNPJs de Goiás. Quanto às empresas que não tiveram o sigilo quebrado, estima-se que receberam da Delta 265 milhões de reais, segundo o próprio relator da CPI.

Em março de 2013, a Justiça Federal de Goiás determinou a perda de mais de 100 milhões de reais em bens do bicheiro Carlinhos Cachoeira e de integrantes de sua quadrilha investigados na Operação Monte Carlo. A lista de bens inclui terrenos, apartamentos, carros e até um avião, a maioria em nome de laranjas. Os bens deverão ser leiloados e o dinheiro obtido será repassado à União para cobrir prejuízos causados pela quadrilha e compensar os custos da operação policial.


O Ministério Público Federal de Goiás, responsável pela avaliação dos bens, sustenta que eles foram adquiridos por meio de práticas criminosas. Cabe recurso à defesa.

Envolvidos: Carlinhos Cachoeira (Empresário e bicheiro); José Dirceu; Agnelo Queiroz; Andréa Aprígio; Andressa Mendonça; Bruno Estefânio de Freitas; Carlos Alberto Leréia; Cláudio Abreu; Demóstenes Torres; Fernando Cavendish; Idalberto (Dadá) Matias de Araújo; Luiz Antonio Pagot; Marconi Perillo; Protógenes Queiroz; Raul Filho; Rubens Otoni; Sandes Júnior; Sérgio Cabral; Stepan Nercessian

Escândalo na Pesca | 2012

Em março de 2012, reportagem do jornal O Estado de S.Paulo revelou que o Ministério da Pesca torrou R$ 31,1 milhões na aquisição de 28 lanchas-patrulha com as quais não têm o que fazer: a pasta não tem competência para fazer patrulha, nem lugar para guardar as lanchas. A compra foi acertada na gestão de Altemir Gregolin, do PT catarinense, em 2009. Quem ganhou o negócio foi uma empresa de Santa Catarina, a Intech Boating, de propriedade de um ex-militante do PT. Feita a encomenda, a empresa foi procurada por um emissário da Pesca atrás de doações para a campanha de 2010. Cedeu 150 mil reais. O dinheiro entrou para o caixa do PT catarinense, que bancou a maior parte da campanha de Ideli Salvatti ao governo do estado. Ideli perdeu disputa e acabou escalada por Dilma para suceder Gregolin no ministério da Pesca, quando então quitou parte da dívida com a Intech: 5,2 milhões de reais. O caso chamou a atenção do TCU, que determinou a abertura de processo. O tribunal aponta que "os gestores do ministério falharam gravemente" e suspeita que o edital tenha sido dirigido para favorecer a Intech. Em março, das 28 lanchas, 23 permaneciam fora de operação.

Envolvidos: Ideli Salvatti (Ex-senadora, ex-ministra da Pesca e atual Ministra das Relações Institucionais); Altemir Gregolin

Operação Porto Seguro | 2012

Deflagrada em 23 de novembro de 2012, a Operação Porto Seguro da Polícia Federal desarticulou uma quadrilha infiltrada em órgãos federais para obter pareceres técnicos fraudulentos em benefício de empresários trambiqueiros. O grupo era comandado pelos irmãos petistas Paulo e Rubens Vieira, instalados em cargos de direção de agências reguladoras. A dupla contava com a ajuda da chefe de gabinete da Presidência da República em São Paulo, Rosemary Nóvoa de Noronha - mulher de confiança do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva –, que facilitava o acesso dos Vieira a políticos e funcionários públicos do interesse da quadrilha. Seis pessoas foram presas, e dezenove, indiciadas pelos crimes de formação de quadrilha, tráfico de influência, violação de sigilo funcional, falsidade ideológica, falsificação de documento particular e corrupção ativa e passiva.

Envolvidos: Rosemary Nóvoa de Noronha (Ex-chefe de gabinete da Presidência em São Paulo); Luiz Inácio Lula da Silva; José Dirceu; Gilberto Miranda; José Weber Holanda Alves; Carlos César Floriano; Cyonil da Cunha Borges de Farias Junior; Marcelo Vieira; Paulo Rodrigues Vieira; Rubens Vieira; Valdemar Costa Neto.


Casa Civil

Palocci sai do governo após “descobrirem” que seu patrimônio multiplicou por 20 após 4 anos. Em 2006, quando se elegeu deputado federal, Palocci declarou à Justiça Eleitoral um patrimônio estimado em R$ 375 mil, em valores corrigidos pela inflação. Nos quatro anos em que exerceu o mandato de deputado, Palocci recebeu em salários R$ 974 mil, brutos. Empresa de Palocci faturou R$ 20 milhões no ano da eleição. Receita de consultoria deu salto no ano da eleição de Dilma para presidente.

Ministério dos Transportes


Gustavo Morais Pereira, arquiteto de 27 anos, filho do ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento cria empresa com um capital social de R$ 60 mil, a Forma Construções, que depois de dois anos tem patrimônio de mais de R$ 50 milhões, um crescimento de 86.500%. Representantes do Partido da República (PR), ao qual é filiado o ministro Alfredo Nascimento e a maior parte da cúpula do ministério, teriam montado um esquema de superfaturamento de obras e recebimento de propina por meio de empreiteiras.

Ministério da Agricultura 
O Tribunal de Contas da União (TCU) confirmou um novo foco de acusações de corrupção no governo, desta vez no Ministério da Agricultura, comandado pelo PMDB. Segundo auditoria do órgão, não há um controle adequado sobre operações milionárias na Agricultura, abrindo espaço para desvios de verba. Denúncias veiculadas pela imprensa indicam que houve pagamentos irregulares para empresas, pagamentos de sentenças judiciais e avaliação e alienação de imóveis da Conab.

O ministro da Agricultura, Wagner Rossi, transferiu para seu gabinete funcionários contratados sem concurso e até hoje remunerados pela principal estatal do setor agrícola, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Antes de assumir o ministério, Rossi dirigiu a companhia de 2007 a 2010. Em sua gestão, ele mais do que quadruplicou o número de cargos de confiança na empresa e, ao sair de lá, levou ao menos sete funcionários para seu gabinete.

Ministério da Defesa 


O ex-ministro da Defesa Nelson Jobim perdeu mais de uma, ou melhor, duas boas oportunidades de ficar calado quando declarou seu voto no candidato de oposição. E quando criticou colegas de Ministério, logo quem deveria dar o exemplo da disciplina e do respeito. 

Ministério do Turismo

O esquema de desvio de recursos do Ministério do Turismo investigado pelo Ministério Público Federal (MPF) e pela Polícia Federal (PF) podem ter causado um prejuízo de pelo menos R$ 4 milhões aos cofres públicos.


A Polícia Federal realiza operação nesta terça-feira para cumprir 20 mandados de prisão no Ministério do Turismo, em Brasília. Segundo informações da rádio CBN, vários funcionários já foram levados para a Superintendência da PF. Um dos detidos é o secretário-executivo do Ministério, Frederico da Silva.


Atos são maior mobilização sem líder da história brasileira, dizem analistas

Na quinta, 1,25 milhão protestaram nas ruas em mais de 100 cidades. Especialistas ouvidos pelo G1 buscam explicações para manifestações.

Os protestos que se espalharam por quase todos os estados do Brasil na quinta-feira (20) representaram a mais ampla e numerosa mobilização popular do país sem liderança definida e, de acordo com dois sociólogos, uma historiadora, um filósofo, dois antropólogos, um advogado e um juiz ouvidos pelo G1, ainda não é possível dizer qual rumo tomarão. Com mais de 1,25 milhão de pessoas tomando as ruas de mais de 100 cidades, com 300 mil apenas no Rio de Janeiro, os atos comemoraram a redução da tarifa do transporte coletivo em cidades importantes e reivindicaram outras melhorias para o país, como o combate à corrupção e à repressão policial, investimentos na saúde e na educação e a redução de gastos com os grandes eventos esportivos, Copa e Olimpíada.


PONTOS LEVANTADOS PELOS ANALISTAS

1- Protestos se destacam pela falta de liderança e pela mobilização pela internet
2- Motivação é insatisfação difusa: contra injustiças, corrupção, serviços ruins e falta de representatividade de partidos e instituições
3- Governos demoraram para reagir, em alguns casos por não entender a motivação
4- Imagem do Brasil mudou para o mundo
5- Tolerância à violência policial diminuiu
6- Pauta inicial era mais à esquerda e depois incluiu reinvidicações da direita
7- Não é possível prever efeitos a longo prazo

Para os especialistas, ainda é cedo para prever as consequências de longo prazo dos atos de quinta. Mas, segundo eles, um caráter inédito dessa mobilização popular é a insatisfação geral dos brasileiros com as instituições que os representam e com os partidos políticos que as comandam. Segundo Márlon Reis, juiz de direito no Maranhão, cofundador do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE) e um dos idealizadores da Lei da Ficha Limpa, o Brasil mudou nesta semana. "Já tem algo inédito que é a ida às ruas sem a liderança de instituições constituídas. Historicamente, foram os partidos que sempre conseguiram levar pessoas às ruas." A antropóloga Yvonne Maggie, professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e colunista do G1, afirmou que "o Brasil se transformou em uma espécie de motim. É protesto, mas num estilo sem liderança, numa visão até romântica. As manifestações partem de grupos variados, com várias estratégias”. As bandeiras e a participação individual, com rejeição a qualquer tipo de liderança, chamaram a atenção de Yvonne. “Era cada cartaz um post, cada post um indivíduo. Mas o que mais me impressionou foi a consciência de que todas as pessoas que estavam lá estão tendo a força do povo revoltado, eles não querem liderança.”

Enquanto governos calculavam prejuízos, manifestantes avaliavam os protestos e familiares enterravam os dois mortos dos atos de quinta, em Ribeirão Preto (SP) e Belém, novos protestos continuavam a eclodir nesta sexta-feira (21). Para Frederico Almeida, coordenador do curso de direito da FGV, pode-se falar em dois movimentos: o primeiro, motivado pelas tarifas, e um segundo momento, em que mais pessoas aderiram motivados por uma insatisfação geral, principalmente após a repressão da polícia. "O que estamos vendo hoje é uma mistura de algum resquício de um movimento pela tarifa, que em algumas cidades ainda não se resolveu, com um movimento de insatisfação geral."

Para Claudio Couto, sociólogo e professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV), os episódios registrados nas ruas têm deixado analistas e a classe política confusos e perplexos, o que, na avaliação dele, fez com que a presidente Dilma Rousseff não viesse a público na quinta e deixasse seu pronunciamento apenas para esta sexta. "Está todo mundo muito perdido, imagino que ela também esteja. Daí decorre que ela precisa vir a público sabendo o que dizer. Se ela erra o tom do que diz pode gerar mais ruído ainda. Eu interpretaria esse silêncio de uma dificuldade de definir exatamente o que deve ser dito a partir de agora", disse Couto, na tarde desta sexta, antes de o pronunciamento de Dilma ir ao ar.

Vitórias dos manifestantes


Demanda inspiradora dos atos, a redução da tarifa do transporte público foi atendida após duas semanas de protestos e confrontos nas ruas por prefeitos e governadores de São Paulo, Rio de Janeiro e mais de dez cidades. A persistente pressão popular fez com que o discurso dos governantes mudasse. Fernando Haddad e Eduardo Paes, prefeitos de São Paulo e Rio, e Geraldo Alckmin e Sérgio Cabral, governadores dos dois estados, que no início do mês descartavam qualquer revogação do reajuste, sob pretextos de que eles eram tecnicamente impossíveis, recuaram na noite de quarta-feira (19) e atenderam à demanda. O engenheiro civil Lúcio Gregori, que foi secretário municipal de Transporte de São Paulo na gestão da ex-prefeita Luiza Erundina, a recapitulação das prefeituras mostra que não só a redução era possível. "Isso é tudo um pouco de catimba, como a gente chama no futebol", afirmou ele. "Admitindo que todas as contas de cálculo tarifário estejam certas, então isso é questão de remanejamento de verbas, coisa corriqueira numa administração pública. A Prefeitura de São Paulo tem manobra orçamentária, pode remanejar até 15% da verba. Não pode tirar de coisas importantes, mas pode tirar, por exemplo, da verba publicitária. O que não precisa é ameaçar como se fosse uma punição." 

Em meio às manifestações, outros governantes decidiram dar mais ouvido às demandas relacionadas ao transporte e a outras áreas sociais. Em Macapá e Belém, prefeitos aceitaram receber líderes dos protestos para falar sobre as tarifas. Na capital do Amapá, além da passagem congelada até 2014, o prefeito prometeu um estudo para implantar uma linha de ônibus 24 horas, implantação do bilhete único até o fim do ano, aumentar a frota de ônibus e construir três terminais.

Em São Paulo, nesta sexta-feira o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou o financiamento de R$ 2,3 bilhões para a expansão do metrô. No Paraná, o governador Beto Richa desautorizou o reajuste de 14,61% na conta de luz. No governo federal, o Ministério da Saúde encaminhou ao Congresso, em caráter de urgência, um projeto de lei que perdoa as dívidas tributárias das Santas Casas com a União. Alagoas anunciou redução de IPVA para ônibus e ICMS sobre o combustível para que as empresas mantenham os preços.Em Campo Grande, a Câmara suspendeu o café da manhã reforçado polêmico que era oferecido aos vereadores. E, a exemplo da capital paulista, em Maringá (PR) deverá ser criada uma CPI do transporte coletivo. Apesar das manifestações, não houve mudanças em alguns estados como Bahia, Ceará, Roraima, Rondônia, Piauí e Maranhão. Para Frederico Almeida, da FGV, a meta do Movimento Passe Livre (MPL) foi atingida porque o grupo desenvolveu uma pauta, constituiu um interlocutor e trabalhou para conseguir o que queria. Agora, as demais reivindicações são genéricas, superficiais e não há uma liderança definida para, por exemplo, definir a meta de quem é contra a corrupção e responder a essas pessoas. "Há dois riscos desse tipo de movimento mais difuso. Um é ele se esvaziar porque na verdade é uma conversa de muita gente falando ao mesmo tem sem um interlocutor definido. O segundo é isso se acirrar como uma incapacidade de diálogo das manifestações com o sistema político. Se de repente cria um descolamento total desse sistema com o povo que está na rua, a gente corre um risco de perder a nossa democracia.”

A violência da Polícia Militar


Os especialistas afirmam que parte da motivação das centenas de milhares de pessoas que decidiram aderir aos movimentos foram as imagens da força excessiva aplicada pela Polícia Militar de São Paulo para dispersar o ato do dia 13 de junho, que deixou dezenas de feridos, inclusive mais de dez jornalistas. Após esse protesto, as balas de borracha foram proibidas nas manifestações populares. Nas manifestações da última quinta, pelo menos oito cidades tiveram confrontos com a polícia que deixaram mais de 200 feridos. Nesta sexta, a postura policial virou alvo de escrutínio em cidades como Porto Alegre e Salvador. "A polícia agiu massacrando manifestantes pacíficos e atuando de forma indiscriminada", avaliou Claudio Couto, da FGV. "Isso gerou uma reação que resultou na manifestação de segunda-feira que propiciou o engrossamento do movimento –o que, a princípio, foi uma grande vitória." Professor de sociologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e diretor do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais (IFCS), Marco Aurelio Santana afirma que a postura do Estado está sendo questionada, pela forma pouco preparada ou violenta como age.

"Temos de estar todos preocupados. Eles querem tirar pessoas da mobilização social, isso é um problema para todos porque é a liberdade que está em jogo. A manifestação tem sido um cartaz contra o aborto, outro pró-aborto. É preciso entender também que não há democracia sem essas instituições, se não pode haver uma crise de proporções nunca vistas. Esse grupo mistura torcidas organizadas, skinheads, verdadeiras milícias fascistas. Quando você tira um, você tira todo mundo. Nem a polícia pode agir desta forma.”

A nova geração de protestos


Ricardo Monteagudo, professor de filosofia da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Marília, chamou a atenção para o papel da internet e das redes sociais nos protestos. "Todo mundo foi pego de surpresa: os organizadores, os líderes políticos, a população em geral. A impressão que dá é que não conseguíamos mensurar certa insatisfação espalhada no ar e que emergiu de uma hora para outra.” As múltiplas e individuais bandeiras também foram a novidade percebida pelo antropólogo inglês e professor emérito da Universidade Federal do Rio de Janeiro(UFRJ), Peter Fry.

“O interessante é que cada um coloca suas próprias queixas naquilo que vê. É uma espécie de insatisfação generalizada, como muitos têm dito. Está tudo em cartazes amadores, escritos à mão”, diz. “É uma explosão de insatisfação, sem liderança. Nunca vi neste país do futebol as pessoas abrirem mão da Copa a favor da educação e da saúde. As pessoas recusando pão e circo pelas coisas que acham mais importante”, explicou o antropólogo.

SOCIÓLOGO DIZ QUE MOBILIZAÇÃO E ATO DO RIO FORAM HISTÓRICOS

O ato que reuniu cerca de 300 mil pessoas na noite de quinta-feira (20), no Centro do Rio, vai ficar na história da cidade, segundo o sociólogo Ignácio Cano, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). Primeiro por agregar participantes de todas as idades, raças, classes, credos e ideologias. Depois por ter conquistado uma de suas principais reivindicações. Mas, segundo o sociólogo, principalmente por demonstrar o peso que as redes sociais têm para o mundo tudo, inclusive o Rio de Janeiro. “O Rio já foi palco de outras grandes mobilizações, como a promovida pelos royalties do petróleo. Mas esta foi de iniciativa dos jovens e não teve a participação de sindicatos, partidos políticos ou organismos de classe. E mostrou uma força muito grande, mesmo. O movimento, que teve como principal bandeira a redução das tarifas de ônibus, conquistou seu objetivo explícito.” Cano se disse impressionado com o grau de mobilização e organização obtido pelo ato. E destacou a tendência mundial de utilização das redes sociais para expressar a vontade da população.


Antes era imprescindível a participação de partidos políticos, organismos como sindicatos, para atingir e atrair tantas pessoas. As pessoas sozinhas não tinham uma capacidade assim tão grande, não tinham essa organização. As redes sociais mudaram essa percepção e causaram um impacto nas pessoas. Elas agora percebem que têm como expressar suas opiniões, seus desejos, suas reivindicações. Elas têm o direito de se colocar diante dos fatos”, analisou Cano, dizendo que essa é uma tendência mundial, que começou no Egito e se alastrou por vários cantos do mundo.



Para o sociólogo, as depredações e violência são praticadas por grupos radicais, que querem colocar o movimento sob suspeição. "São pessoas que escondem o rosto e aproveitam a multidão para cometer atos criminosos, coisas que não teriam coragem de fazer se estivessem sozinhas. São pessoas que querem desacreditar o movimento, que querem desmobilizar a opinião pública, que com atos lamentáveis deixam a população com medo, o que faz com que elas coloquem os objetivos do grupo sob suspeita", lamentou o sociólogo.



Marco Aurelio Santana, também da UFRJ, afirma, porém, que é preciso também repensar os limites de um movimento com muitas bandeiras, contraditórias, algumas que se anulam entre si. "Minha preocupação hoje é com um foco de que há reação compreensível com o desgaste dos partidos, dos sindicatos, até clichê, quase óbvio. Minha preocupação é que esse sentimento tenha se tornado tão claro para grupos para se espancar filiados a alguns partidos."


A reação dos políticos

Dilma Rousseff. A mandatária, porém, deixou o local e sua única atitude pública foi convocar uma reunião com ministros para a manhã desta sexta-feira (21). Após o encontro, ela não deu declarações, mesmo após pedidos da população e dos parlamentares, e marcou um pronunciamento para a noite. Para Claudio Couto, da FGV, "ela certamente não está ainda conseguindo saber o que dizer". Além de Dilma, chefes do Executivo de diversas cidades e estados também tentam se adaptar ao novo tom de voz da população. Direta ou indiretamente ligadas aos protestos, alguns projetos de lei e decisões avançaram ou foram adiadas de acordo com as reivindicações das ruas. Uma das decisões do Congresso foi adiar a votação da PEC 37, antes agendada para a semana que vem. A proposta retira poder de investigação criminal do Ministério Público e é conhecida como "PEC da Impunidade". O projeto que flexibilizaria a Lei da Ficha Limpa também saiu da pauta.




Para o juiz Márlon Reis, essas duas decisões são efeito imediato dos movimentos, que também devem servir para que a reforma política seja fortalecida. “Isso deve implicar em outras mudanças porque, se os líderes institucionais forem sábios, em vez de levar suas bandeiras pra dentro desses movimentos, de tentar encontrar interlocutores para se negociar, eles vão ter que ouvir o que estão dizendo. A postura dos líderes tem que ser de humildade. Essas vozes todas traduzem expressões do que pensa a maioria da sociedade”, afirma. Segundo ele, esses movimentos são resultado do aumento da exclusão, de uma falência no sistema eleitoral e de representação.

“Isso veio se acumulando. Teve a escolha do Feliciano, escândalos, CPI do Cachoeira que foi arquivada com um relatório lacônico. É uma tática de varrer lixo para debaixo do tapete. E tudo isso na verdade, é o contrário, isso vai gerando uma energia contida, que uma hora explode.” Para Frederico Almeida, professor da FGV, os partidos e o sistema político precisam se reinventar. "Eles têm que abrir canais para receber essas demandas e dar encaminhamento a elas. Cabe ao sistema político identificar essas pautas e promover uma agenda, uma discussão aberta. Agora é o momento que o sistema político tem que reagir. E tá demorando pra reagir.”


A visão do Brasil no mundo


A proporção que os protestos tomaram, e a violência com que eles foram reprimidos nos primeiros dias, também chamaram a atenção da imprensa internacional. Acostumado nos últimos tempos a figurar nos jornais do exterior com notícias da Copa das Confederações e dos preparativos para a Copa do Mundo e a Olimpíada de 2016, o Brasil entrou na lista de países com revoltas populares expressivas e ganhou protestos de apoio em dezenas de cidades estrangeiras. Antropólogo inglês e professor emérito da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Peter Fry afirma que os protestos mudaram a visão que o mundo tem sobre as dificuldades que se enfrentam no país. "Toda a propaganda do Brasil lá fora era no sentido oposto, de que tudo estava melhor e bem por aqui. Acho que deve ter mudado. Devem estar se perguntando como o Brasil vai se justificar." Segundo ele, o resto do mundo deve ter ficado perplexo com os acontecimentos das últimas semanas. sobretudo porque o futebol também foi mencionado pelos cartazes. "Acho que a frase que pede padrão Fifa para o país é genial, é genial pedir isso para educação e saúde. Porque tudo o que a Fifa pediu, o país começou a fazer. Mostra que é uma questão de vontade, que se quer pode fazer.

"Para Maria Aparecida de Aquino, professora da USP, a repercussão internacional foi a altura do movimento. "Ela demonstrou o que é que o movimento tem de importante para a realidade nacional. Eles reagiram muito claramente dizendo ‘é um movimento significativo, as pessoas precisam estar atentas’. A reação internacional mostrou mais que a reação interna esse sentido de urgência que o movimento dá."

* Com reportagem de Alba Valéria Mendonça, Ana Carolina Moreno, André Schröder, Giovana Sanchez, Rosanne D'Agostino e Simone Cunha, do G1 em São Paulo.



Fonte: G1



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Documentos citam propina no Metrô e na CPTM

Pagamentos seriam feitos por meio de três empresas com sede no Uruguai; elas seriam usadas pela Siemens AG e pela Alstom

Bruno Ribeiro e Marcelo Godoy

 
O Ministério Público Estadual de São Paulo tem em mãos papéis que indicam o suposto pagamento de propina a diretores da Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô) e da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). Eles seriam feitos por empresas offshore no Uruguai: Leraway, Gantown e MCA. As três seriam usadas pela Siemens AG e pela Alstom, a fim de obter contratos com o governo de São Paulo.

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Um dos diretores da Alstom da área de transportes e seus colegas da Siemens teriam participado das tratativas. As empresas informaram que estão colaborando com as autoridades – a Siemens informou ainda que aperfeiçoou as práticas administrativas desde 2007. As comissões pagas aos agentes públicos chegariam a 8% dos valores do contrato da linha 5-Lilás do Metrô. Há relatos ainda de supostos pagamentos nos contratos de reforma de trens da CPTM que teriam contado com a participação de uma outra suposta participante do cartel do setor denunciado pela Siemens ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) do Ministério da Justiça.

Os executivos da Siemens chamavam os encontros com as outras empresas de "reuniões secretas". Em 10 de janeiro de 2005, um documento registrou que, "após várias discussões, um acordo para a subdivisão dos lotes foi alcançado". Os executivos da Siemens analisaram a possibilidade de uma "corrida por fora" (uma empresa concorrer sozinha) na licitação do projeto Boa Viagem, da CPTM. Escreveram então que o cartel lançaria mão de "mecanismos de proteção contra fornecedores não convidados". Os investigadores querem saber agora que tipo de "mecanismo" seria esse que garantiria imunidade ao cartel contra empresas que tentassem furar o bloqueio.


Em um outro documento entregue pela Siemens ao Cade – chamado Projektjournal –, haveria indícios da proximidade ou mesmo da conivência de agentes públicos de São Paulo com o cartel na licitação da Linha 5-Lilás do Metrô. Em 29 de fevereiro de 2000, um dos executivos da multinacional chama o suposto cartel de "grande solução". Diz ainda que o "cliente/secretaria prefere a opção 1 (um acordo das gigantes Alstom, da Siemens, Mitsui e TTrans com a CAF)". Em outro documento, um executivo escreveu: "Deve-se lembrar que o preço foi resultado de diversas reuniões em rodadas de coordenação e negociações". E reconhece que "o preço dificilmente seria o mesmo em competição aberta".


Slide. Os promotores têm ainda uma apresentação feita pelo então gerente da unidade de material rodante da Siemens, que diz que "o consórcio combinado é muito melhor para todos os participantes". Abaixo do slide há uma anotação: "O projeto da Linha 5 é o último de ganho certo. O fornecimento dos carros é organizado em um consórcio ‘político’, então o preço foi muito alto".


O Estado teve acesso a um outro documento que mostra que, em pelos menos um dos casos, um executivo da Siemens citou uma suposta ação da CPTM para ajudar a multinacional alemã a ganhar um dos contratos de manutenção de trens.


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            Estadão

Após fraude milionária, Ministério do Trabalho exonera dois servidores Polícia Federal prendeu 22 pessoas acusadas de participar da fraude de recursos públicos

Adriana Caitano
Leonardo Augusto
Publicação: 10/09/2013 09:04

Atualização: 10/09/2013 09:46




Agentes da Polícia Federal apreenderam documentos no terceiro andar do Ministério do Trabalho

Brasília e Belo Horizonte — Com histórico recente de denúncias de corrupção, o Ministério do Trabalho e Emprego, comandado pelo PDT desde 2007, foi alvo de uma grande operação da Polícia Federal, deflagrada nessa segunda-feira (9/9) em 11 estados e no Distrito Federal, que desarticulou uma quadrilha acusada de desviar R$ 400 milhões em licitações fraudulentas da pasta. O número dois do ministério, o secretário executivo Paulo Roberto Pinto, homem de confiança do ex-ministro Carlos Lupi e que ocupou o cargo interinamente por cinco meses, é um dos investigados e chegou a prestar depoimento no início da manhã. Até o fechamento desta edição, a PF ainda tentava cumprir mandado de prisão preventiva de Anderson Brito Pereira, assessor direto do atual ministro Manoel Dias.




                   Manoel Dias, o ministro, exonerou servidores investigados pela PF


Saiba mais...

Geraldo Riesenbeck, coordenador de contratos e convênios da pasta, é um dos 22 presos na Operação Esopo, batizada em referência ao nome do escritor grego, autor da fábula Lobo em pele de cordeiro. Na noite de ontem, Anderson e Geraldo foram exonerados dos cargos de confiança que ocupavam no órgão. O pivô do esquema é o Instituto Mundial de Desenvolvimento e Cidadania (IMDC), organização da sociedade civil de interesse público (Oscip) com sede em Belo Horizonte, investigada por irregularidades desde o início de 2011, quando Lupi ainda era ministro.

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              Paulo Pinto, o secretário executivo, prestou depoimento aos policiais

De acordo com a apuração da PF, a IMDC fechava contratos para realização de cursos de formação profissional, festivais culturais e perfurações de poços artesianos. Os recursos eram repassados pela União e pelos estados, mas sofriam desvios sem os serviços serem efetivados. Segundo estimativa da PF, o rombo nos cofres públicos pode ter chegado a R$ 400 milhões em cinco anos. Na operação, foram apreendidos R$ 500 mil em espécie, jóias, relógios importados, drogas, carros de luxo e um helicóptero. Por ordem judicial, 10 imóveis estão sequestrados.


Varredura


O presidente do IMDC, Deivson Oliveira Vidal, e toda a diretoria da Oscip foram presos. Ao todo, Justiça expediu 25 mandados de prisão temporária, mas três não haviam sido cumpridos até a noite de ontem. Entre os 44 mandados de busca e apreensão, um foi realizado no 3° andar do Ministério do Trabalho e Emprego, onde fica o setor de contratos e convênios. Agentes da PF e funcionários da Controladoria-Geral da União (CGU), que também atuou na operação, foram ao prédio no início da manhã e de lá saíram com pilhas de documentos referentes ao IMDC.

Outras 11 pessoas foram alvo de mandados de condução coercitiva — quando o investigado é obrigado a prestar depoimento sem necessariamente ser preso —, entre elas estão o ex-diretor do Instituto de Desenvolvimento do Norte e Nordeste de Minas Gerais (Idene) Walter Antônio Adão; Simone Vasconcelos, ex-braço direito do empresário Marcos Valério que, assim como ele, foi condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por envolvimento no esquema do mensalão; e Paulo Roberto Pinto. Os agentes chegaram à casa do secretário executivo por volta de 7h. Ele recebeu a intimação para comparecer à Superintendência Regional da PF, em Brasília, mas foi autorizado a seguir até o local dirigindo o próprio veículo. Após cerca de duas horas e meia prestando depoimento, acabou liberado e, de acordo com a assessoria de imprensa da pasta, passou o dia trabalhando normalmente em seu gabinete no ministério. Procurado pela reportagem, Paulo Pinto, que foi mantido no cargo, não quis se manifestar sobre a operação.Paulo Pinto também era secretário executivo da pasta na gestão do presidente do PDT, Carlos Lupi, entre março de 2007 e dezembro de 2011. O então ministro deixou o cargo sob acusações de cobrança de propina de ONGs contratadas para capacitar trabalhadores, mas nunca deixou de fato de ter ingerência no ministério. Com a saída de Lupi do cargo, após denúncias de corrupção, Paulo Pinto assumiu o posto interinamente por cinco meses, até Brizola Neto, também do PDT, tomar posse. Integrante de um grupo adversário ao do presidente da sigla, Neto durou pouco menos de um ano na função. Em março deste ano, Manoel Dias foi escolhido a dedo por Lupi para comandar o ministério. “Todos sabem que ele faz só o que o Lupi quer”, comenta um pedetista. No discurso de posse, em março deste ano, Dias admitiu ser amigo do ex-ministro e disse que trabalharia para “resgatar” a imagem dele, que teria sido vítima de injustiça. O primeiro ato em favor do presidente do PDT foi nomear Paulo Roberto Pinto para o mesmo cargo ocupado na época em que Lupi comandava a pasta.

Pele de cordeiro


Historicamente, atribui-se ao escritor grego Esopo a autoria de uma fábula em que um lobo teria se disfarçado de cordeiro para devorar todo um rebanho de ovelhas. Na história, porém, o animal acabou virando comida do pastor, que acreditava ter escolhido de fato um cordeiro para a ceia. Em nota divulgada ontem, a Polícia Federal justificou a escolha do nome para a operação: “Sob o falso manto da eficiência, a Oscip investigada, que deveria pautar sua atuação no interesse social e que tem legalmente vedada a possibilidade de auferir lucros, atua como verdadeiro ‘lobo em pele de cordeiro’, fábula atribuída a Esopo”.

Sob investigação

Confira quem são alguns dos personagens investigados na Operação Esopo


Deivson Oliveira Vidal


Presidente do Instituto MDC, é apontado como o líder da organização criminosa e principal operador financeiro do esquema de desvios

Paulo Roberto Pinto


Ex-ministro interino do Trabalho e atual secretário executivo da pasta

Anderson Brito Pereira (PDT)
Assessor do ministro do Trabalho, Manoel Dias
Geraldo Riesenbeck (PDT)

Diretor de contratos e convênios do Ministério do Trabalho
Antonio Fernando Decnop Martins (PDT)

Ex-subsecretário de Planejamento, Orçamento e Administração do Ministério do Trabalho
Walter Antonio Adão

Foi diretor do Instituto de Desenvolvimento do Norte de Minas (Idene), entre 2007 e 2011
Marcos Vinícius da Silva (PDT)
Assessor do deputado federal Ademir Camilo (PSD-MG) e ex-chefe de gabinete da Prefeitura de Araçuaí
Osmânio Pereira (PTB)
Ex-deputado federal e presidente do Instituto Mário Penna
Simone Reis Lobo de Vasconcelos
Ex-diretora financeira da SMP&B
Nelson de Souza Dabés Filho
Presidente da comissão de licitações da Fiemg
Rubens Costa Leite França
Advogado e lobista fluminense


Fonte:






MPF quer mais 90 dias para Polícia da Câmara investigar suposta fraude

Inquérito policial sugeria arquivamento do caso por não identificar autor. Deputado registrado na votação sobre Lei de Royalties estaria em viagem.

Felipe Néri
Do G1, em Brasília
O Ministério Público Federal (MPF) informou nesta sexta-feira (13) que encaminhará à Polícia Legislativa da Câmara dos Deputados a determinação para que o órgão dê continuidade, por mais 90 dias, à investigação que identificou suposta fraude na votação dos vetos da presidente Dilma Rousseff à Lei dos Royalties.
A Polícia da Câmara, que começou a investigar o caso em maio, identificou que no dia da votação, 6 de março, houve uma assinatura no nome do deputado Zoinho (PP-RJ) que não correspondia à original do parlamentar, que estaria viajando. O inquérito dos policiais foi encaminhado ao MPF no último dia 10, mas solicitava o arquivamento do caso por não ter sido identificado o autor da assinatura falsa. De acordo com a assessoria de imprensa do MPF, o procurador-titular do 10º ofício criminal da Procuradoria da República no Distrito Federal, Francisco Guilherme Bastos, responsável pelo caso, enviará ainda nesta sexta a determinação para que sejam feitas novas diligências. A assessoria de imprensa da Câmara dos Deputados informou que a Polícia Legislativa da Casa não se manifestará sobre o inquérito por ele já ter sido encaminhado ao Ministério Público.

A votação dos vetos à nova Lei dos Royalties, que estipula a distribuição de recursos do petróleo entre estados produtores e não-produtores, foi marcada por tumulto. As bancadas do Rio de Janeiro e Espírito Santo, grandes produtores, obstruíram a sessão. Os estados foram prejudicados pela derrubada dos vetos, que retirou receita prevista em seus orçamentos.


Inquérito


A investigação da Polícia da Câmara sobre a suposta fraude foi pedida pelo líder do PR na Câmara, deputado Anthony Garotinho (RJ), que no dia da votação suspeitou que alguém tinha votado no lugar do deputado Zoinho. Ele chegou a pedir à Mesa Diretora a anulação da votação. O MPF informou que a conclusão do investigação policial é que a fraude de fato existiu, mas que o inquérito deveria ser arquivado por não ter sido possível identificar quem fez a assinatura falsa.


Por não concordar com a conclusão, o procurador Francisco Guilherme Bastos solicitará que a Polícia Legislativa realize oitivas com todos os servidores da Câmara responsáveis por checar a lista de assinaturas dos deputados que votaram na sessão de análise do veto.

De acordo com o Ministério Público, a análise que a polícia fez da assinatura fraudada foi apenas visual, sem que houvesse um exame grafotécnico, perícia que analisa a autenticidade de assinaturas.



Servidores são suspeitos de desviar até R$ 500 milhões da prefeitura de SP

MP identificou fraudes desde 2010 durante a gestão de Gilberto Kassab. Os funcionários serão investigados por corrupção e formação de quadrilha.


Uma rede de corrupção pode ter desviado até R$ 500 milhões dos cofres da prefeitura de São Paulo. O Ministério Público identificou fraudes desde 2010 durante a administração de Gilberto Kassab, que foi eleito prefeito quando integrava o DEM, e hoje está no PSD. Quatro pessoas foram presas.

Três apartamentos de frente para o mar em Santos, um duplex de alto padrão em Juiz de Fora, em Minas Gerais, motos e carros importados e uma pousada luxuosa em Visconde de Mauá, no Rio de Janeiro.

Parte de uma riqueza além da conta que, segundo o Ministério Público, é fruto de um esquema de corrupção que funcionava na subsecretaria de Receita da prefeitura de São Paulo.

Foram presos nesta quarta-feira (30) Ronilson Bezerra Rodrigues, ex-subsecretário da receita municipal; Eduardo Barcelos, ex-diretor de arrecadação; Carlos Augusto Di Lallo Leite do Amaral, ex-diretor da divisão de cadastro de imóveis e Luis Alexandre Cardoso de Magalhães, agente de fiscalização.


A investigação começou há sete meses, depois que a Controladoria do Município percebeu que esses quatro funcionários públicos tinham patrimônios que não combinavam com os salários deles. Cada um recebe cerca R$ 13 mil e, numa declaração que são obrigados a fazer na prefeitura, apresentaram bens que passam de R$ 20 milhões para cada um.

Depois disso, o Ministério Público passou a buscar indícios de crimes que explicassem esse acúmulo de riqueza. Os promotores descobriram que os alvos do esquema eram as construtoras. Quando um prédio fica pronto, é preciso pagar o Imposto Sobre Serviço (ISS) para receber o habite-se. Os auditores fiscais agiam nesse momento.

Primeiro, dificultavam o pagamento do ISS, o que impediria a liberação do prédio. Quando as construtoras aceitavam pagar propina, a quadrilha emitia guia de um pagamento mínimo.


O Ministério Público já identificou o desvio de R$ 200 milhões de 2010 a 2012, período em que Gilberto Kassab, então no DEM e hoje no PSD, foi prefeito de São Paulo. Os promotores, no entanto, acreditam que o esquema possa ter começado bem antes em 2006. Nesse caso, o prejuízo chegaria a R$ 500 milhões.


Os promotores vão investigar agora se as construtoras envolvidas eram vítimas do golpe ou se aceitavam o pedido de propina para pagar menos imposto.


“Para que eu saiba se essa empresa foi achacada no começo, no meio ou no fim, ela tem que nos procurar e dizer. A vítima se comporta como vítima, vítima não se esconde, a vítima não nega, a vitima não mente”, afirmou o promotor Roberto Bodini.


Os quatro servidores presos foram exonerados dos cargos comissionados, mas continuam funcionários da prefeitura porque são concursados. Eles serão investigados pelos crimes de corrupção e formação de quadrilha, entre outros.


O ex-prefeito Gilberto Kassab afirmou que deu total autonomia aos secretários de estado para montar as suas respectivas equipes e que as investigações começaram na gestão dele pelo então corregedor-geral do município, Edilson Bonfim. Kassab diz também que apoia integralmente a apuração do caso.



http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2013/10/servidores-sao-suspeitos-de-desviar-ate-r-500-milhoes-da-prefeitura-de-sp.html







Empresa que empregará Dirceu está em nome de auxiliar

Sócia majoritária do hotel Saint Peter foi constituída no Panamá e esta no nome de um auxiliar administrativo do escritório de advocacia Morgan y Morgan

São Paulo - A empresa sócia majoritária do hotel Saint Peter, novo empregador do ex-ministro JOsé Dirceu, foi constituída no Panamá e esta no nome de um auxiliar administrativo do escritório de advocacia Morgan y Morgan. As informações sobre a Truston International INC constam de documentos da junta comercial do Panamá. Cumprindo pena no regime semiaberto, Dirceu foi contratado, com carteira assinada, para receber R$ 20 mil de salário.

Segundo reportagem do Jornal Nacional, da TV Globo, Jose Eugenio Silva Ritter é auxiliar de escritório e tem mais de mil empresas registradas em seu nome em vários países. Ele mora em uma área pobre, no Panamá, e foi encontrado pela reportagem lavando o carro na porta de casa. Responsável pela contratação de José Dirceu, o também sócio do hotel, Paulo de Abreu, disse ao jornal que Ritter "é um empresário estrangeiro que foi apresentado por meio de um advogado." Ele é irmão do José Masci de Abreu, presidente do PTN, partido aliado do governo Dilma Rousseff. Os documentos da constituição da empresa mostram que a Truston foi aberta no dia 1º em julho de 2008; além de Ritter também está em nome de Dianeth M. de Ospino. Ritter é descrito no registro da empresa como auxiliar administrativo; ela como secretária. O documento foi elaborado pela Morgan y Morgan.

O objetivo da empresa é "comprar, vender transferir, negociar, financiar, permutar, administrar, tomar e dar empréstimo, abrir ou manejar conta bancária no Panamá ou em qualquer lugar do mundo." Os endereços dos primeiros diretores da empresa, Ritter, Dianeth e Marta de Saavedra são os mesmos do prédio onde funciona a Morgan y Morgan. Em outubro de 2012, há registro de uma reunião da diretoria na qual consta que Ritter participou como presidente da Truston.

Ao contrário do que ocorre no Brasil, pela legislação do Panamá os empresários não são obrigados a informar às autoridades quando as companhias são transferidas de donos. Isso acaba dificultando a identificação do verdadeiro dono de uma empresa que pode ser aberta no nome de uma pessoa e depois transferida sem que ninguém saiba.

Ao JN, a advogada de Paulo Abreu afirmou que a sócia majoritária da Truston era até segunda-feira, 02, a nora dele, a empresária Lara Severino Vargas, quando vendeu sua parte a Paulo Abreu. Conforme a advogada, Abreu é dono de 60 % do prédio onde funciona o hotel Saint Peter. Os outros 40 %, ainda segundo a advogada, pertencem ao empresário Paulo Naya.

O Saint Peter é o único hotel do empresário Paulo de Abreu, que atua no setor de radiodifusão. Ele é dono da TOP TV que acaba de ser beneficiada pelo governo com autorização para transferir sua antena da Grande São Paulo para a Avenida Paulista, o que significa aumentar seu raio de ação.



Lista de gastos secretos da Presidência vai de diária de hotel a material de pesca

'Estado’ obtém planilha que detalha, pela primeira vez, gastos sigilosos da Presidência da República feitos com cartões corporativos entre 2003 a 2010; sob Lula, as despesas somaram R$ 44,5 milhões e se intensificaram com viagens do petista.

BRASÍLIA - Os gastos da Presidência da República com cartões corporativos classificados como sigilosos por se tratarem de “informações estratégicas para a segurança da sociedade e do Estado” incluem compra de produtos de limpeza, sementes, material de caça e pesca e até de comida de animais domésticos. As despesas secretas do Executivo federal somaram R$ 44,5 milhões entre 2003 e 2010. O gasto preponderante no período - R$ 31,6 milhões - refere-se a despesas com hotéis e locação de carros.

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As informações constam de planilha do próprio Palácio do Planalto obtida pelo Estado. O levantamento detalha pela primeira vez a natureza dessas despesas sigilosas com cartão corporativo nos dois mandatos de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na Presidência. São 106 itens, incluindo também comissões e corretagem, despesas com excesso de bagagem, serviços médicos, taxas de estacionamento, pedágio, material esportivo e produtos médicos. Os gastos foram realizados por servidores do Gabinete de Segurança Institucional, do Gabinete Pessoal do ex-presidente e ordenadores de despesa da Presidência da República.

O Estado revelou, em sua edição de domingo passado, que quase metade dos gastos com cartões corporativos do governo federal em 2012 é mantida em segredo. Em média, 95% dos gastos da Presidência são ocultados sob a alegação de sigilo.


Viajante. A série histórica dos gastos secretos do Executivo obtida pela reportagem revela o aumento dos gastos com viagens presidenciais. Ao longo dos dois mandatos, Lula intensificou sua agenda de compromissos institucionais pelo Brasil e exterior.Segundo os dados da planilha, a Secretaria de Administração da Presidência desembolsou R$ 1,3 milhão com hospedagem em 2003 (R$ 2 milhões, em valores de 2010, atualizados pelo INPC).

Em 2010, foram quase R$ 4 milhões. Lula bateu recordes do antecessor Fernando Henrique Cardoso (PSDB) em número de viagens ao exterior e dias fora do país. Entre 2003 e 2004, foram 82 dias fora do Brasil. Em 2007 e 2008, o presidente dedicou 138 dias - quatro meses e meio - à agenda externa. A fatura com hospedagem chegou a R$ 20,5 milhões.


Eleições. Na gestão Lula, o maior gasto com cartão foi registrado em 2004: R$ 7 milhões, sendo R$ 3,5 milhões apenas com locação de carros, R$ 1,8 milhão com hotéis, R$ 273,2 mil com fornecimento de alimentação e R$ 65,9 mil com tecidos e aviamentos. Em seu segundo ano à frente da Presidência, o ex-presidente percorreu diversas cidades em campanha para seus aliados.Os registros mostram ainda que houve aumento na compra de produtos de limpeza e materiais para festas e homenagens e também na manutenção de imóveis do governo.

Em 2006, também ano eleitoral, a Secretaria de Administração dobrou gastos com serviços de telecomunicações: as despesas passaram de R$ 88 mil para R$ 153 mil. Durante a corrida pelos governos estaduais e pela reeleição, Lula abriu as portas do Palácio para aliados. No ano seguinte, houve redução nessa rubrica.


Segredo. O levantamento revela que parte dessas despesas secretas é corriqueira e não se enquadra em informações estratégicas e de segurança.


Auditorias do Tribunal de Contas da União (TCU) já apontavam para a irregularidade do segredo de alguns gastos com cartão corporativo. Pela legislação, cabe ao gestor regulamentar o uso da verba sigilosa. O cartão corporativo foi criado em 2001, ainda no governo FHC, exatamente para dar mais transparência aos gastos oficiais.


Em 2008, durante o escândalo sobre o uso indevido de cartões corporativos, que envolveu ministros de Estado, terminou com uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI). Órgãos de controle interno identificaram saques irregulares e pagamento de despesas pessoais. A então ministra da Igualdade Racial Matilde Ribeiro (PT) pediu demissão após suspeitas de gastos abusivos com aluguel de carros feitos com cartão corporativo. O então ministro do Esporte Orlando Silva (PCdoB) também virou alvo de críticas ao ser flagrado usando o cartão corporativo para comprar tapioca.

Governo Dilma. Entre janeiro e setembro do ano passado, 46,2% das despesas via cartão corporativo foram classificadas como sigilosas. Ao todo, R$ 21,3 milhões dos R$ 46,1 milhões foram pagos secretamente. A maioria é de compras e saques da Presidência da República, da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e da Polícia Federal.



PSDB pede à PGR e à Comissão de Ética apuração sobre viagem de Dilma

Líder tucano reivindica o ressarcimento com hospedagem em Lisboa. Comitiva presidencial fez parada em Portugal que não constava na agenda.

O líder do PSDB na Câmara dos Deputados, Carlos Sampaio (SP), informou que o partido protocolou nesta terça-feira (28), na Procuradoria-Geral da República (PGR) e na Comissão de Ética Pública da Presidência da República, pedidos de investigação da escala da presidente Dilma Rousseff e de sua comitiva em Portugal, no último sábado (25). O partido quer que o Ministério Público peça o ressarcimento dos gastos presidenciais com hospedagem durante a passagem pelo país ibérico.

Nesta segunda (27), o PPS já havia solicitado que a PGR abrisse inquérito civil para apurar se houve irregularidade nos gastos da comitiva em Lisboa. O G1 entrou em contato com a assessoria da Presidência da República, mas até a última atualização desta reportagem não havia obtido retorno.Após participar do Fórum Econômico Mundial de Davos, na Suíça, Dilma e sua equipe fizeram uma parada em Lisboa antes de seguirem viagem para Cuba, onde a chefe do Executivo realizou visita oficial nesta segunda (27) e terça-feira. Ela participa, ao lado de outros presidentes, da 2ª Cúpula da Comunidade dos Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac).

A escala na capital portuguesa não estava prevista na agenda presidencial e, segundo o governo federal, ocorreu porque o avião da Presidência não tinha autonomia suficiente para percorrer a viagem de Zurique, na Suíça, até Havana, em Cuba. No documento protocolado na PGR, o PSDB pede investigação por suposto ato de improbidade devido à “hospedagem injustificada” em Lisboa.

“Nós representamos na PGR visando o ressarcimento do gasto desnecessário havido na hospedagem da presidente Dilma e sua comitiva em Lisboa. Não há o menor sentido nesse gasto, porque não havia agenda oficial e nenhum interesse público justifica o que aconteceu”, enfatizou Carlos Sampaio.

Além da presidente, o documento protocolado pelo PSDB pede a investigação de outros quatro ministros de estado, um assessor da Presidência e o comandante da Aeronáutica, Juniti Saito. O partido oposicionista alega ser necessário apurar a eventual prática de crime contra a administração pública nos gastos com hospedagem e alimentação e de falsidade ideológica, devido a informações que teriam sido erroneamente dadas pelo governo ao justificar a viagem.

Contradição

No domingo, depois de a viagem ter sido noticiada pela imprensa, o Palácio do Planalto divulgou alteração da agenda presidencial, incluindo a estadia em Portugal. No dia seguinte, o ministro das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo, disse que não houve informação prévia sobre a escala em Lisboa porque a decisão só foi tomada no dia da partida.


Reportagem publicada nesta terça pelo jornal “O Estado de S.Paulo” contradiz a versão do governo federal ao afirmar que o governo português havia sido informado da parada da comitiva no país na última quinta-feira (23).

Durante a estadia em Lisboa, Dilma e sua comitiva ocuparam 30 quartos de dois dos mais caros hotéis da cidade, o Ritz e o Tivoli. A presidente se hospedou em uma suíte presidencial do Ritz, ao custo de 8 mil euros por dia, o equivalente a R$ 26,2 mil.

Os ministros citados no documento são Fernando Pimentel (Desenvolvimento), Luiz Alberto Figueiredo (Relações Exteriores), Helena Chagas (Secretaria de Comunicação) e José Elito Siqueira (Gabinete de Segurança Institucional). Também foram incluídos na representação tucana o comandante da Aeronáutica e o assessor da Presidência para Assuntos Internacionais, Marco Aurélio Garcia.

Comissão de Ética

Na Comissão de Ética Pública da Presidência, o PSDB pede que sejam avaliados os procedimentos tomados pela comitiva presidencial em Lisboa. Para o partido, a hospedagem e alimentação da comitiva em estabelecimentos de luxo revelam infração do Código de Conduta da Alta Administração Federal, que estabelece “regras éticas de conduta das autoridades da alta administração pública”.








CORRUPÇÃO DESAVERGONHADA, INCESSANTE E INDIFERENTEMENTE DE PARTIDO POLÍTICO, POIS 'TODOS', ABSOLUTAMENTE 'TODOS', DE UMA FORMA OU DE OUTRA,
SEMPRE ESTÃO ENLAMEADOS!
MP denuncia 12 por envolvimento com esquema de propina da Alstom

Doze investigados por envolvimento com um esquema de pagamento de propina por parte do grupo francês Alstom foram denunciados à Justiça na sexta-feira pelo Ministério Público Federal, informa o jornal O Estado de S. Paulo. A acusação formal é resultado de investigação sobre a compra de equipamentos para uma subestação de energia para a Empresa Paulista de Transmissão de Energia (EPTE, antiga Eletropaulo). O suborno a funcionários públicos na negociação teria sido pago entre 1998 e 2003.

A denúncia, que abrange crimes de corrupção e lavagem de dinheiro, é a primeira de caráter criminal a envolver uma empresa envolvida no cartel dos setores de energia e metroferroviário. A Alstom é, ao lado da alemã Siemens, o principal alvo de investigações sobre pagamento de propina para a obtenção de contratos nos sistemas de transportes sobre trilhos dos governos federal, de São Paulo e do Distrito Federal. Há ramificações da apuração na França e na Suíça.


De acordo com o MPF, os crimes em questão foram cometidos na ocasião da assinatura do décimo aditivo do contrato Grupo Industrial para o Sistema da Eletropaulo (Gisel), assinado pela EPTE e por outras três empresas, no total de 181,3 milhões de reais em valores atualizados, informa o jornal. O dinheiro serviria para a compra de equipamentos para uma subestação de energia. Para que não houvesse licitação, o grupo francês teria pago 23,3 milhões de reais aos servidores envolvidos, segundo a denúncia. Quando os equipamentos foram entregues, o governo não havia nem licitado o prédio para abrigá-lo. O dinheiro das propinas teria sido pago por meio de offshore no Uruguai.

Para justificar a saída do dinheiro, o esquema contrataria empresas de consultoria no Brasil. Entre elas, estariam a Cegelec Engenharia e a Acqua Lux Engenharia e Empreendimentos – esta última de um empresário ligado ao ex-secretário de Governo de Covas e conselheiro do Tribunal de Contas do estado, Robson Marinho. Dono da MCA, Romeu Pinto Junior confessou à PF ter "servido de intermediário do pagamento de propinas a funcionários públicos paulistas a mando da Alstom e por meio da MCA". A MCA usaria três contas bancárias no UBP Zurich, uma no Banco Audi em Luxemburgo e outra no Bank Audi em Nova York.

O consultor teria recebido da Alstom 40,1 milhões de reais em 2000 e 2001 e de 2005 a 2007. Villas Boas teria recebido 2,65 milhões de reais da Alstom em 2000 e 2002 "sem justificativa plausível". Ele teria feito grandes saques em espécie do dinheiro depositado pela Alstom. Parte foi enviada à Sanmoca Foundation, em Liechtenstein, e apareceu na conta bancária 230-566047, no Banco UBS, na Suíça. Ele alega inocência. A investigação começou após a apreensão na Suíça de documentos com diretores da Alstom sobre subornos.

Foram denunciados pelo MPF o ex-presidente da EPTE José Sidnei Colombo Martini, atualmente professor da Escola Politécnica da USP e prefeito da Cidade Universitária, e Celso Sebastião Cerchiari, diretor de operações da Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista, empresa que incorporou a EPTE em 2001. Ambos são acusados de corrupção passiva e não constavam na relação de indiciados da Polícia Federal, embora tenham sido investigados. Já o vereador Andrea Matarazzo (PSDB), indiciado pela PF, não foi acusado pelo MP. “Forçoso reconhecer a inexistência, pelo menos por ora, de elementos de prova suficientes para a propositura da ação penal pública”, afirma a Procuradoria a respeito do tucano, segundo o jornal. Os procuradores vão instaurar um inquérito específico para investigar Matarazzo.

Também foram denunciados, por lavagem de dinheiro, José Geraldo Villas Boas, ex-presidente da Cesp e dono de uma das offshores acusadas de lavar dinheiro do esquema, os lobistas Romeu Pinto Junior, Jean-Pierre Courtadon, Jean Marie Lannelongue, além do ex-diretor de marketing da Alstom Daniel Huet e o lobista Jorge Fagali Neto.

Ainda de acordo com o jornal, a Procuradoria ressalta que o ex-diretor financeiro da Alstom Thierry Arias e o ex-diretor da Cegelec Jonio Foigel pagaram 23,3 milhões de reais em propinas para funcionários da Eletropaulo, da EPTE, do Tribunal de Contas do Estado e da Secretaria de Energia. Segundo o MPF, tiveram o auxílio do lobista Cláudio Luiz Petrechen Mendes e de Sabino Indelicato, sócio do conselheiro do TCE Robson Marinho.


---> Manual de propina da Alstom

O cidadão brasileiro, o ainda consciente e honesto pelo menos, clama por uma justiça que mais parece fazer tanto esforço em não corresponder ao eterno calvário dos nossos anseios.

Fonte: Veja

E este é apenas a ponta do iceberg, disso muito mais surgirá!

8/10/2014 às 21h41 (Atualizado em 8/10/2014 às 22h44)

Ex-diretor da Petrobras diz que pagou propina para financiar campanhas de PT, PMDB e PP, segundo jornal 


 Paulo Roberto Costa revelou esquema para financiamento de campanhas em 2010Durante seu primeiro depoimento após firmar acordo de delação premiada nesta quarta feira (8), o ex-diretor de Abastecimento da Petrobrás, Paulo Roberto Costa, revelou, em audiência na 13ª Vara da Justiça Federal, em Curitiba (PR), que a estatal pagou propinas ao PT, PMDB e PP para financiamento das campanhas eleitorais em 2010. As informações são do jornal Estado de S. Paulo.

O ex-diretor disse que foi indicado pelo ex-deputado José Janene (PP-PR), em 2004, para o cargo na Petrobras com objetivo de estruturar um esquema de pagamento de propinas para os partidos a partir de contratos superfaturados da estatal com empreiteiras e fornecedores. Ele não revelou os nomes de políticos que teriam recebido a propina, apenas mencionou que era “muita gente”.

Costa depôs por cerca de duas horas na ação que investiga as denúncias de desvios de dinheiro de contratos da Petrobras deflagradas pela Operação Lava Jato da Polícia Federal. Como assinou acordo de delação premiada, ele foi obrigado a responder todas a perguntas feitas pelo juiz Federal Sérgio Moro e pelos representantes do Ministério Público Federal (MPF).

Cumprindo pena domiciliar no Rio de Janeiro, depois de aceitar colaborar com as investigações, o ex-diretor foi levado na manhã desta quarta por agentes da Polícia Federal para a capital paranaense, mas já retornou ao Rio. 

Leia também: Ex-diretor da Petrobras teria sonegado R$ 32,9 milhões, diz jornal 

Fonte:

http://noticias.r7.com/brasil/ex-diretor-da-petrobras-diz-que-pagou-propina-para-financiar-campanhas-de-pt-pmdb-e-pp-segundo-jornal-08102014








Entenda a Operação Lava Jato da Política Federal


Investigação apura esquema de lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Grupo sob suspeita tem ligações com políticos e ex-dirigente da Petrobras.

O que é


Deflagrada em 17 de março pela Polícia Federal (PF), a operação Lava Jato desmontou um esquema de lavagem de dinheiro e evasão de divisas que, segundo as autoridades policiais, movimentou cerca de R$ 10 bilhões. De acordo com a PF, as investigações identificaram um grupo brasileiro especializado no mercado clandestino de câmbio.

Os suspeitos, informou a polícia, eram responsáveis pela movimentação financeira e pela lavagem de ativos de diversas pessoas físicas e jurídicas envolvidas em diferentes crimes. Entre os delitos cometidos pelos supostos "clientes" do esquema estão tráfico internacional de drogas, corrupção de agentes públicos, sonegação fiscal, evasão de divisas, extração, contrabando de pedras preciosas e desvios de recursos públicos.

Onde

Na primeira fase da operação, foram executados mandados de prisão e de busca e apreensão em Curitiba (PR) e outras 16 cidades paranaenses. Os agentes federais também cumpriram ordens judiciais em outras seis unidades da federação: São Paulo, Distrito Federal, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Rio de Janeiro e Mato Grosso.

Presos



A Lava Jato prendeu, entre outras pessoas, o doleiro paranaense Alberto Youssef, que tem fortes ligações no meio político, e o ex-diretor de Refino e Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, suspeito de receber propina do esquema de corrupção.




Segunda etapa

Em 11 de abril, a Polícia Federal desencadeou a segunda etapa da operação Lava Jato, com o cumprimento de 16 mandados de busca, quatro de condução coercitiva (quando a pessoa é obrigada a acompanhar os policiais até uma unidade policial). Na ocasião, os policiais federais recolheram documentos na sede da Petrobras, no Rio de Janeiro.


Petrobras


As investigações da Polícia Federal revelaram uma suposta ligação entre o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa com o esquema de lavagem de dinheiro comandado pelo doleiro Alberto Yousseff. Costa admitiu à polícia que recebeu um carro de luxo avaliado em R$ 250 mil do doleiro, mas alegou que o veículo foi dado em pagamento por um serviço de consultoria. Costa disse que já estava aposentado da Petrobras à época do recebimento do carro,. No entanto, ele reconheceu que conhecia Youssef do período em que ainda estava na estatal brasileira. Costa foi preso em 20 de março enquanto destruia documentos que podem servir como provas no inquérito.

Costa Global

Documentos obtidos pela PF apontam que Costa pode ter recebido depósitos milionários do doleiro na conta de uma de suas empresas, a Costa Global. Um dos papéis, uma planilha de valores, seria uma contabilidade manual da empresa do ex-dirigente da estatal do petróleo. A planilha detalha valores em reais, dólares e euros recebidos entre novembro de 2012 e março de 2013. Reportagem veiculada no programa Fantástico, em 13 de abril, mostrou o conteúdo de uma das planilhas da Costa Global apreendidas pela PF. Os documentos mostram que o ex-diretor mantinha um controle detalhado de todas operações que ele intermediava entre a Petrobras, empreiteiras e fornecedores. Numa das planilhas obtidas pelo Fantástico, aparece ao lado do nome das empresas a porcentagem que o ex-diretor da Petrobras receberia caso conseguisse contratos para elas. Em muitos casos, a comissão é de 50%.


Deputado do Paraná


A apuração da PF também trouxe à tona indícios de ligação entre Alberto Youssef e o deputado federal André Vargas (sem partido-PR). Em março, reportagem da revista "Veja" revelou mensagens de celular entre o ex-petista e o doleiro do Paraná. Conforme investigações da PF mencionadas pela revista, os dois atuaram juntos para fechar um contrato milionário entre uma empresa de fachada e o Ministério da Saúde.

De acordo com as investigações da polícia, André Vargas ajudava Youssef a localizar projetos na administração pública nos quais poderia ser desviado dinheiro público. Além disso, o parlamentar do Paraná reconheceu que, em janeiro, viajou para João Pessoa (PB) em um jatinho emprestado pelo doleiro. Vargas alegou que conhece Youssef há mais de duas décadas e que não há irregularidades na sua relação com o doleiro preso pela operação Lava Jato. Pressionado pelo próprio partido em razão das denúncias, Vargas renunciou ao cargo de vice-presidente da Câmara e se desfiliou do PT. Ele também se tornou alvo de processo por quebra de decoro no Conselho de Ética da Câmara, que pode culminar na sua cassação.

Fonte: 






PF prende ex-diretor da Petrobras e bloqueia R$ 720 milhões


Polícia Federal deflagrou nesta sexta-feira a sétima fase da Operação Lava Jato, que investiga organizações criminosas responsáveis por desvio de recursos públicos e lavagem de dinheiro em grandes quantias. De acordo com a PF, 300 policiais participam da ação, com apoio de 50 servidores da Receita Federal. Entre os detidos, está o ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque, membro do alto escalão da estatal. Ele foi preso em sua casa no Rio de Janeiro e conduzido para a superintendência da PF na capital fluminense.

São cumpridos 85 mandados judiciais: 6 de prisão preventiva, 21 de prisão temporária, 9 de condução coercitiva e 49 de busca e apreensão nos estados do Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Pernambuco, além do Distrito Federal. Entre os mandados de busca, 11 estão sendo cumpridos em grandes empresas. Os nomes não foram divulgados pela PF. A Justiça decretou ainda o bloqueio de aproximadamente R$ 720 milhões em bens pertencentes a 36 investigados.

Foi autorizado também o bloqueio integral de valores pertencentes a três empresas referentes a um dos operadores do esquema criminoso. A nova fase da operação ocorre após análise de material apreendido e depoimentos colhidos nas fases anteriores.

Os envolvidos responderão pelos crimes de organização criminosa, formação de cartel, corrupção, fraude à Lei de Licitações e lavagem de dinheiro.

Pernambuco

Segundo a superintendência da PF em Pernambuco, duas equipes de policiais federais cumpriram um Mandado de Busca e Apreensão num apartamento de luxo no bairro de Boa Viagem, porém nada foi encontrado. Um empresário de 57 teve a prisão temporária decretada e foi encaminhado para o Aeroporto Internacional dos Guararapes com destino à São Paulo, de onde irá seguir ainda hoje para Curitiba (PR), onde as investigações são conduzidas.

Construtoras

Entre as empresas investigadas está a Odebrecht, que confirmou a presença de agentes da Polícia Federal em sua sede, no Rio de Janeiro. Segundo a empresa, a Polícia Federal esteve hoje (14/11) no escritório da Odebrecht no Rio de Janeiro para cumprimento de mandado de busca e apreensão de documentos, expedido no âmbito das investigações sobre supostos crimes cometidos por ex-diretor da Petrobras. A equipe foi recebida na empresa e obteve todo o auxílio para obter acesso a qualquer documento ou informação buscada. A Odebrecht reafirma que está inteiramente à disposição das autoridades para prestar esclarecimentos sempre que necessário.

Fonte:



Operação Lava Jato investiga esquema de lavagem e desvio de dinheiro. Apenas com a Petrobras, empresas têm contratos que somam R$ 59 bi.




As apreensões, diligências, quebras de sigilo e depoimentos – colhidos durante toda a Operação Lava Jato – produziram um material robusto que prova o envolvimento de nove empreiteiras com formação de cartel e desvio de recursos para corrupção de entes públicos, segundo a Polícia Federal (PF). O delegado Igor Romário de Paula afirmou que, apenas com a Petrobras, essas empreiteiras têm contratos que somam R$ 59 bilhões. Boa parte destes contratos estão sob avaliação da Receita Federal, do Ministério Público Federal (MPF) e da Polícia Federal. Nesta sexta-feira (14), a polícia deflagrou a sétima fase da Lava Jato em cinco estados e no Distrito Federal. Durante todo o dia serão cumpridos mandados de busca e apreensão e de prisão.


A Lava Jato  foi desencadeada em março deste ano e revelou um esquema bilionário de lavagem de dinheiro. Ao todo, devem ser cumpridos 85 mandados em cidades do Paraná, Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Recife e Distrito Federal. Os mandados foram expedidos pela Justiça Federal do Paraná, responsável pelas investigações. Já haviam sido presos o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto da Costa e o doleiro Alberto Youssef, acusado de comandar o esquema. Costa cumpre a prisão em domicílio no Rio de Janeiro e o doleiro está preso na sede da PF, em Curitiba. Segundo a polícia, dois investigados nesta fase têm ligação com Youssef.

Nós trabalhamos desde o começo com foco específico na atuação de doleiros, no processo de movimentação financeira de dinheiro de recursos de origem ilícita focado nos doleiros e na lavagem desses ativos. A investigação vem avançando e completa na segunda-feira (17) oito meses. A fase desta sexta-feira tem o objetivo de buscar mais elementos de algumas empresas envolvidas, empresas para as quais os elementos de provas colhidos até agora são bem robustos", acrescentou Igor de Paula. Até as 11h, foram cumpridos 49 mandados de busca e apreensão – em residências e escritórios de advocacia – quatro de prisão preventiva, 14 de prisões temporárias e seis de condução coercitivas.

Nesta fase, 27 pessoas devem ser presas, segundo a PF. Entre as prisões já realizadas está a do ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque. Indicado pelo PT para o cargo de alto escalão, ele foi preso em sua residência, no Rio de Janeiro, e conduzido para a superintendência local da PF. Também foram expedidos, segundo a Polícia Federal, mandados de prisão de funcionários das empresas Camargo Correa, OAS, Mendes Junior, Engevix e Galvão Engenharia, UTC e IESA, além de mandados de busca e apreensão nas sedes das empresas Queiroz Galvão, IESA, Galvão Engenharia, Camargo Correa, OAS, UTC/Constran, Odebretch, Mendes Júnior e Engevix.

As prisões foram direcionadas aos executivos das empreiteiras, que participaram dos contratos. “As pessoas investigadas tinham o hábito de dormir em hotéis, em outros apartamentos. Eles tinham a intenção de ficar fora de casa, temendo que essa a operação fosse realizada”, disse Igor de Paula. Conforme o delegado, houve também a prisão de alguns agentes secundários, suspeitos de envolvimento no transporte de valores para doleiros e no processo de lavagem de ativos.

Em Curitiba, são dois mandados de busca e apreensão e um de prisão prisão preventiva, direcionado a um empresário de uma das empresas investigadas, que tem contratos com a Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), em Araucária, na Região Metropolitana de Curitiba, e com a Abreu e Lima, em Pernambuco. Os mandados de busca foram cumpridos, já o de prisão está em aberto porque o empresário não foi localizado. A polícia não divulgou o nome deste empresário e nem qual seria o envolvimento dele nos esquemas investigados pela Lava Jato.

Todos os investigados que ainda não foram encontrados, esclareceram os delegados, já tiveram seus nomes registrados no sistema da Polícia Federal e estão impedidos de deixar o país. Os nomes dos investigados com mandado de prisão preventiva também foram incluídos na lista de alerta vermelho da Interpol.

A ação conta com 300 policiais federais, com apoio de 50 servidores da Receita Federal. A Lava Jato também desarticulou crimes de evasão de divisas e pagamento de propinas que operava inclusive dentro da Petrobras. Segundo a PF, foi decretado o bloqueio de aproximadamente R$ 720 mihões em bens pertencentes a 36 investigados. Além disso, o juiz federal Sérgio Moro, que está julgando a Lava Jato na primeira instância, autorizou o bloqueio integral de recursos financeiros de três empresas que seria de propriedade de um dos operadores do esquema criminoso.

Os principais contratos sob suspeita são a compra da refinaria de Pasadena, nos EUA, que teria servido para abastecer caixa de partidos e pagar propina, e o da construção da refinaria de Abreu e Lima, em Pernambuco, da qual teriam sido desviados até R$ 400 milhões. De acordo com a polícia, também há contratos da Refinaria Presidente Getúlio Vargas, em Araucária, na Região Metropolitana de Curitiba.

Delações premiadas


Na última terça-feira (12), o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, afirmou que, ao menos, nove pessoas já concordaram em colaborar com as investigações da Operação Lava Jato com a delação premiada. Além disso, outras já se interessaram em apontar nomes de envolvidos e fatos relacionados ao suposto esquema de pagamento de propina a políticos a partir de contratos da Petrobras, foco da investigação.

O Supremo Tribunal Federal (STF) já homologou a delação premiada do ex-diretor de Refino e Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa. Janot relatou que há outras três delações concluídas e prontas para serem homologadas. Além disso, informou o chefe do Ministério Público, mais “cinco ou seis” colaboradores estão negociando acordo semelhantes com os procuradores responsáveis pelo caso, entre eles o doleiro Alberto Youssef, apontado como um dos líderes da organização criminosa.

Fonte:







Líder do PPS diz que Lava jato levará Governo Dilma à ruína

Para o Deputado Rubens Bueno (PR), integrante da CPI mista da Petrobrás, operação da PF atinge o Planalto e "desmoraliza" o comando da comissão que investiga a estatal.

Brasília - O líder do PPS na Câmara, Rubens Bueno (PR), afirmou nessa sexta-feira (14), que os desdobramentos da Operação Lava Jato vão levar o "Governo Dilma à ruína". "Confirma uma previsão que ela não queria ver realizada: não vai sobrar pedra sobre pedra. Desta vez, ao contrário do que fizeram após o mensalão, será impossível recontruir o castelo da corrupção, afirmou Bueno, em nota.

A sétima fase da operação, deflagrada nessa sexta-feita, 14, pela Polícia Federal, prendeu o Diretor de Serviços da Petrobrás Renato Duque e outras 17 pessoas suspeitas de envolvimento em um esquema de corrupção e lavagem de dinheiro que teria movimentado R$ 10 bilhões. A ação atingiu grandes empreiteiras do País, como a Mendes Junior, Camargo Corrêa, Odebrecht, OAS, Queiroz Galvão e UTC Constran.

Para Bueno, integrante da CPI mista da Petrobrás, a ação também desmantela a manobra do Palácio do Planalto para impedir o avanço dos trabalhos da comissão parlamentar. "Operação desmoraliza o comando da CPMI da Petrobrás que se negou a votar convocação de ex-diretor preso nessa sexta-feira pela Polícia Federal. Quero ver o que o presidente e o relator vão falar na próxima semana", cobrou o líder do PPS, que é o autor de requerimentos de convocação e quebra de sigilos de Duque e das empreiteiras investigas no escândalo.

Na terça-feira, a CPI mista da Petrobrás não apreciou os requerimentos contra Duque. Para o líder do PPS, a instalação de uma nova comissão parlamentar será "fundamental" para punir os políticos envolvidos no esquema. "A parte criminal está sendo realizada com eficência pelo comando da Operação Lava Jato. Cabe a nós, no Congresso, investigar em uma CPI os políticos e, após as conclusões das investigações, encaminhar os devidos pedidos de cassação de mandato para a Comissão de Ética", defendeu o deputado.





Fonte: 








Ato contra Dilma em São Paulo se divide entre defensores da democracia e da ditadura

Movimento levou 10 mil pessoas à Avenida Paulista

Manifestante pede "faxina geral" às Forças Armadas Brasileiras - J. F. DIORIO / Estadão


Um ato organizado pelas redes sociais contra a presidente Dilma Rousseff reuniu cerca de 10 mil pessoas, segundo a Policia Militar, na tarde deste sábado em São Paulo. O movimento ficou dividido entre manifestantes que pediam o retorno da ditadura militar e os que defendiam a manutenção da democracia. O que unificou a multidão foi o discurso “fora PT” e os pedidos de punição dos envolvidos em esquemas de corrupção.

O ato, que começou no início da tarde concentrado em frente ao Masp, se dividiu em três. Parte das pessoas permaneceu na Paulista, enquanto outros caminharam para a Praça da Sé, na região central da capital, e outro grupo foi para o o Ibirapuera. A maior parte das lideranças presentes preocuparam-se em negar o apoio à ocupação militar em seus discursos sobre os carros de som.

— Eu sei o que é a ditadura e não quero isso nunca mais para o Brasil. Nos taxaram disso porque infiltrados tinham cartazes pedindo isso (na manifestação de 1º de novembro). Somos um movimento democrático, mas queremos deixar claro que defendemos a democracia — disse um dos organizadores, Toni Cabrera.

Na passeata de hoje, além dos cartazes nos quais pediam ‘SOS Forças Armadas’, o grupo que defendia a retomada da ditadura também estava com um carro de som do grupo MBR (Movimento Brasileiro de Resistência).

O cantor Lobão, ferrenho crítico do PT e do governo Dilma, chegou a abandonar a passeata quando se deparou esse grupo. “Cilada infame! Eu chego no Masp e a primeira coisa que vejo é um mega caminhão com um cartaz com os dizeres ‘Intervenção Militar Já!’ Palhaçada!”, disparou o músico em sua página no microblog Twitter, acrescentando que estava saindo do ato. Em seguida, completou: “Um monte de gente indo embora desapontadíssima com essa invasão de cretinos da extrema direita.”



“Fora PT”, “Impeachment Já”, “Fora Dilma” e “Investigações Urgentes” eram algumas das mensagens em bandeiras e cartazes levantadas pelos manifestantes, que solicitavam a cassação de direitos políticos e prisão para os responsáveis pelo escândalo da Petrobras.

Quando a manifestação estava totalmente dividida, Lobão afirmou que voltaria à passeata. Em novo post no Twitter, ele convocava os seguidores: “quem é contra a intervenção militar, vai pra Sé”. Cerca de mil pessoas, segundo a PM, participaram desta caminhada.

Perto das 17 horas ocorreu um princípio de confusão na avenida Brigadeiro Luís Antônio quando um dos grupos da manifestação se encontrou simpatizantes do PT. Xingamentos foram proferidos dos dois lados, quando o empurra-empurra começou os oradores dos carros de som pediram para a multidão ignorar os petistas e a confusão foi dispersada.

Entre os políticos presentes no ato, estavam os deputados eleitos em São Paulo Eduardo Bolsonaro (PSC-SP) e o coronel Telhada (PSDB-SP), além do candidato ao governo do Estado, Gilberto Natalini (PV).

Participantes bateram palmas para comemorar as prisões de ontem feitas no âmbito da Operação Lava-Jato.

Na capital federal, cerca de 800 pessoas realizaram um ato na tarde deste sábado em frente ao Congresso Nacional, em Brasília, em protesto contra as denúncias de corrupção na Petrobras. Exibindo faixas e cartazes, os manifestantes defendiam o impeachment da presidente Dilma Rousseff e defendiam uma intervenção no governo.

Bonecos de Dilma e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foram queimados próximo ao prédio do Congresso.As faixas exibiam conteúdos como "intervenção não é golpe", "Fora PT!", "Impeachment já", "Petrolão = mensalão", além de cartazes com fotos do ex-presidenciável do PSDB Aécio Neves e adesivos da candidatura do tucano. 


Fonte:





Grande mídia tenta minimizar o tamanho das manifestações que ocorreram em várias cidades do país

   02/11/2014



Manifestações populares em diversas capitais convocadas pelas redes sociais levaram milhares de pessoas às ruas em diversas capitais do Brasil neste sábado (01), denunciando a fraude eleitoral que reelegeu a presidente Dilma Rousseff. Mas não apenas isso. As pessoas protestaram contra a ameaça bolivariana, eufemismo criado pelo finado caudilho Hugo Chávez, que designa comunismo, na novilíngua do neo-comunismo do século XXI. Não faltaram os cartazes e os gritos de Fora Dilma! e Impeachment da Dilma Já! além de outras palavras de ordem que decoravam faixas e cartazes. Havia, por exemplo, um cartaz fulminando: “Maduro Assassino”, referindo-se ao ditador comunista da Venezuela.

Com razão, alguns grupos inclusive, cobraram das Forças Armadas brasileiras, o Exército, Marinha e Aeronáutica, a tomarem um posição clara e efetiva face ao avanço da tirania comunista do PT e do Foro de São Paulo, organização transnacional que está promovendo a transformação dos países latino-americanos em Repúblicas Socialistas. A dupla Lula-Fidel Castro fundou o Foro de São Paulo em 1990 com a finalidade de cubanizar todo o continente e compartilhar o botim.

Num contraste com as passetas do PT e seus satélites, que o Brasil estava acostumado a ver, com todo aquele vermelhão de ódio e destruição de bens públicos e privados, as manifestações deste sábado em várias cidades do Brasil estavam vestidas de verde, amarelo, azul e branco, as cores da Bandeira do Brasil, em paz e em ordem.
Fazia muito tempo que isso não acontecia porque o PT e seus black blocs haviam dominado as ruas. O PT, na verdade, tinha privatizado as ruas e avenidas do Brasil, posando de vestal, arrogando-se de uma superioridade moral que nunca teve. Aliás, o mensalão e agora o petrolão que o digam. A cúpula do PT e o capitão do time de Lula foram processados e acabaram na Papuda, incluindo Zé Dirceu.

E, como não poderia deixar de ser, os jornalões – Folha, Estadão e o Globo – tentaram por todos os meios desqualificar e esvaziar as manifestações. As televisões não sei, porque não vejo televisão que considero uma porcaria, um veículo de mídia caduco, responsável por promover a lavagem cerebral comunista e contribuir para imbecilizar as massas em todo mundo.
Levando-se em conta que foram manifestações convocadas pelas redes sociais, o que aconteceu neste sábado em vários pontos do Brasil, foi um sucesso absoluto. Mobilizações pelas redes sociais no Brasil tinham sido até agora um fracasso em termos de público. Desta feita, como mostram as fotos, o sucesso das manifestações restou evidente, porém é diminuído pelos jornalões com truques de edição (eu sei do que estou falando pois sou jornalista há mais de 40 anos).
Os jornalistas da Folha, Globo e Estadão são todos esquerdistas e, sobretudo, petistas de carteirinha. Uma legião de rematados idiotas cujo mérito maior é idolatrar o Lula e a Dilma. E o que é mais grave é o fato de que nos documentos em poder do doleiro do PT, já apareceram jornalistas da grande mídia nacional como comedores de grana do petrolão.
A Folha, por exemplo, conseguiu armar uma manifestação contra o governador Geraldo Alckmin, para poder dar em manchete que ocorreram duas manifestações: uma contra a Dilma e o PT e outra contra o governador Geraldo Alckmin. Querem por que querem que Alckmin se transforme no Senhor das Chuvas. É um troço completamente idiota que os depravados da Folha de S. Paulo elevam à categoria de verdade. Considero a Folha de S. Paulo péssima, mas isso não diminui a desinformação perversa que consegue passar aos leitores. Mas aí já entramos na seara do direito penal: isso é crime! Maquiar informação é crime!
Seja como for, os eventos denunciando a fraude, as picaretagens do PT, a ameaça concreta de transformação do Brasil numa republiqueta comunista, as roubalheiras na Petrobras (putz! a lista de crimes do PT é imensa…) foram um sucesso. É um bom começo. E algo inaudito: o evento de protesto não foi convocado por nenhum partido político o que por si só já dá uma ideia concreta do mal-estar que acomete todos os brasileiros decentes e honestos de Norte a Sul do Brasil. Há um nó na garganta das pessoas! Há uma angústia pronta para explodir!
Reservo este parágrafo final para render uma homenagem especial ao meu querido amigo Lobão, um dos pioneiros do rock brasileiro, um artista com todas as letras, um escritor, um compositor e instrumentista dedicado que tem milhares de fãs em todo o Brasil. Lá estava ele, uma celebridade nacional, dando seu apoio à grande manifestação que cobriu a Av. Paulista em São Paulo. Lá estava o Lobão embrulhado numa Bandeira do Brasil. Foi lindo ver tudo isso! Obrigado Lobão, obrigado aos milhares de manifestantes que foram às ruas de forma civilizada, porém objetiva, revelando ao mundo, apesar do boicote e a má vontade da grande imprensa nacional, que a maioria dos brasileiros não vai engolir de jeito nenhum um regime comunista bolivariano e nem tolerar calados a roubalheira escandalosa do dinheiro público!
O recado foi dado neste sábado. E vem mais coisas por aí! Acreditem!
Veja abaixo alguns vídeo sobre as manifestações no Brasil:

- Movimento 'Meu Partido é Meu País' - Av. Paulista, SP - 01.11.2014



Fonte:







15 de Novembro: São Paulo com manifestação cobra
 nova República sem corrupção


    15/11/2014

Um fim de semana histórico não só pela data, “15 de novembro – Proclamação da República”, mas pela manifestação que tomou conta das ruas de São Paulo cobrando o fim da corrupção,  justiça e transparência para um dos maiores escândalos que se tem conhecimento na História do Brasil, o da Petrobras. Nesta tarde de sábado, Avenida Paulista ficou completamente tomada por manifestantes de diversas idades, classes sociais e políticos de oposição ao governo do PT. Uma manifestação que ganhou corpo ao iniciar com apenas 2 mil pessoas na frente do Museu da Arte de São Paulo, por volta das 14h, e foi dividida em dois grupos, um saiu da frente do Masp e seguiu para a Praça da Sé e outro seguiu para o Ibirapuera.

Centenas de faixas e cartazes repudiavam o governo e exigiam justiça para o grau máximo de corrupção que se alastra pelo País. Muitos “caras pintadas” lembraram o movimento “Fora Collor”, que conseguiu promover o impeachment do presidente Fernando Collor de Mello e agora renovam as solicitações para a presidente reeleita Dilma Rousseff. O cantor Lobão, figura emblemática em protestos políticos, estava em um dos cinco carros de som, bem como o deputado federal Jair Bolsonaro e o filho Eduardo. O vice na chapa de Aécio Neves (PSDB), Aloysio Nunes também estava presente.



O protesto seguiu de maneira pacífica e foi acompanhado por um contingente da Tropa de Choque e demais policias militares, cerca de 500. As câmeras da PM registraram tudo. A maioria com roupas nas cores verde e amarela gritava  “Fora Dilma”, “fora PT”, “Aqui não é a Venezuela”. Muitos cartazes diziam “O Brasil pede socorro. Viva a liberdade!”. Outros, “A bandeira do meu País jamais será vermelha”, em alusão à bandeira do PT. Por volta das 18h, a manifestação ocupou a Praça da Sé, reduto histórico das “Diretas Já” e palco im'aculado do PT, quando Lula se fortaleceu como líder do partido. Aliás, o local foi lembrado por Paulo Eduardo Batista, que o comparou ao “cativeiro do PT [...] e que de sequestro eles entendem bem”. Para encerrar, os manifestantes cantaram o "Hino Nacional" e prometeram outras manifestações.

Um tema a mais

A disposição para o ato de protesto ficou maior neste sábado, depois que todos os brasileiros foram supreendidos na manhã desta sexta-feira (14) com o cumprimento dos mandados de prisão dos envolvido na organização criminosa, que tinha como finalidade a lavagem de dinheiro e a prática de crimes contra o Sistema Financeiro Nacional dentro da Petrobras. A “Operação Lava Jato”, iniciada em março deste ano, envolve políticos, donos empreiteiras, doleiros e parte da diretoria da Petrobras, que de acordo com os dados do Conselho de Controle de Atividades Financeiras/MF e apresentados pela Polícia Federal e Receita, somam um rombo que supera os R$ 10 bilhões.

Ao final do dia, foram cumpridos mandados de prisão preventiva, 4 em São Paulo (SP). De prisão temporária, 13 mandados: 6 em São Paulo/Capital; 1 em Osasco/SP; 1 em Santos/SP; 4 em Rio de Janeiro/RJ; e 1 em Salvador/BA (este mandado estava previsto para ser cumprido em São Paulo/Capital).
De busca e apreensão foram cumpridos, 49 mandados: 29 em São Paulo/Capital; 11 no Rio de Janeiro/RJ; 2 em Recife/PE; 1 em Jundiaí/SP; 1 em Santos/SP; 2 em Curitiba/PR; 1 no Distrito Federal; 2 em Belo Horizonte/MG;
De condução coercitiva foram expedidos 9 mandados. O número de conduções coercitivas por local: 3 em São Paulo/Capital; 1 em Jundiaí/SP; 1 em Recife/PE; 2 no Rio de Janeiro/RJ; e 2 em Belo Horizonte/MG.
Foi decretado o bloqueio de aproximadamente R$ 720 milhões em bens pertencentes a 36 investigados.

Ao todo, 300 policiais federais, com apoio de 50 servidores da Receita Federal, atuaram nos estados do Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Pernambuco, além do Distrito Federal. Foi autorizado também o bloqueio integral de valores pertencentes a três empresas referentes a um dos operadores do esquema criminoso.

Sem dúvidas, um fim de semana histórico.

Leia na ìntegraDelação Premiada derruba agora nos Correios



Não bastassem as denúncias contra a Petrobras, outra estatal tem um dirigente derrubado após delações premiadas. Caiu na sexta-feira o número um dos Correios no Rio de Janeiro, Omar de Assis Moreira.

Moreira foi citado em uma investigação da Polícia Federal sobre desvios milionários envolvendo planos de saúde da estatal.

Por Lauro Jardim 

Derrubado por delação



Não bastassem as denúncias contra a Petrobras, outra estatal tem um dirigente derrubado após delações premiadas. Caiu na sexta-feira o número um dos Correios no Rio de Janeiro, Omar de Assis Moreira.
Moreira foi citado em uma investigação da Polícia Federal sobre desvios milionários envolvendo planos de saúde da estatal.

Fonte:








Renato Duque arrecadou R$ 650 milhões em propina, diz jornal


* Afinal, fora os milhões que o PT rouba do povo brasileiro, existe diferença com o PCC?

ERRATA: onde se lê milhões, leia-se bilhões, trilhões, sei lá até onde vai isso...


14 de dezembro de 2014 • 20h17
A diretoria de Serviços da Petrobras teria movimentado R$ 650 milhões para propinas, entre 2004 e 2012, recebidos das empreiteiras e oriundos de contratos firmado com a estatal, segundo investigações do Ministério Público Federal (MPF) na operação Lava Jato. No período, a diretoria era comandada por Renato Duque. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Em relatos, Augusto Ribeiro de Mendonça Neto, executivo ligado à  Setal Óleo e Gás - empresa investigada por cartel pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) - e que fez acordo de delação premiada com a Justiça, afirma que o dinheiro ilegal podia ser de tal monta que precisava ser transportado em carro-forte. Pelo acordo de colaboração, Mendonça se comprometeu a devolver R$ 10 milhões como multa compensatória por danos causados contra a administração pública.

Ainda de acordo com o executivo, Duque mandava que os pagamentos fossem em dinheiro, depósitos em contas no exterior para serem posteriormente repassados ao PT, por meio do tesoureiro do partido, João Vaccari. Mendonça teria sido orientado, ainda, a usar notas frias de empresas de fachada ligadas ao Grupo Delta. Duque deve ser acusado pelo MPF, pelo menos, por corrupção passiva e organização criminosa.
O total de propinas, segundo o MPF, chega a R$ 971 milhões, incluindo os valores desviados da área de Abastecimento (R$ 270 milhões), comandada à época por Paulo Roberto Costa, em relativos a contratos com seis empreiteiras incluídas nas denúncias.
A diretoria de Duque arrecadava 2% dos contratos, de acordo com o MPF, de outras áreas da estatal: Abastecimento, ligada ao PP, Internacional, do PMDB; Exploração e Produção e Óleo e Gás, do PT.

Fonte:
http://noticias.terra.com.br/brasil/renato-duque-arrecadou-r-650-mi-em-propina-diz-jornal,ba38a56dcda4a410VgnVCM10000098cceb0aRCRD.html




 O IMPEACHMENT DE DILMA ROUSSEFF


Consistiu em uma questão processual aberta com vistas ao impedimento da continuidade do mandato de Dilma Rousseff como presidente da República Federativa do Brasil. O processo iniciou-se com a aceitação, em 2 de dezembro de 2015, pelo presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, de uma denúncia por crime de responsabilidade oferecida pelo procurador de justiça aposentado Hélio Bicudo e pelos advogados Miguel Reale Júnior e Janaina Paschoal, e se encerrou no dia 31 de agosto de 2016, resultando na cassação do mandato de Dilma.

Assim, Dilma Rousseff tornou-se a segunda pessoa a exercer o cargo de Presidente da República a sofrer impeachment no Brasil, sendo Fernando Collor o primeiro em 1992.

As acusações versaram sobre desrespeito à lei orçamentária e à lei de improbidade administrativa por parte da presidente, além de lançarem suspeitas de envolvimento da mesma em atos de corrupção na Petrobras, que eram objeto de investigação pela Polícia Federal, no âmbito da Operação Lava Jato.
A partir da aceitação do pedido, formou-se uma comissão especial na Câmara dos Deputados, a fim de decidir sobre a sua admissibilidade. O roteiro começou com os depoimentos dos autores do pedido e teve seguimento com a apresentação da defesa de Dilma. O relatório da comissão foi favorável ao impedimento da presidente Dilma: 38 deputados aprovaram o relatório e 27 se manifestaram contrários.

Em 17 de abril, o plenário da Câmara dos Deputados aprovou o relatório com 367 votos favoráveis e 137 contrários. O parecer da Câmara foi imediatamente enviado ao Senado, que também formou a sua comissão especial de admissibilidade, cujo relatório foi aprovado por 15 votos favoráveis e 5 contrários. Em 12 de maio o Senado aprovou por 55 votos a 22 a abertura do processo, afastando Dilma da presidência até que o processo fosse concluído.

Neste momento, o vice-presidente Michel Temer assumiu interinamente o cargo de presidente. Em 31 de agosto de 2016, Dilma Rousseff perdeu o cargo de Presidente da República após três meses de tramitação do processo iniciado no Senado, que culminou com uma votação em plenário resultando em 61 votos a favor e 20 contra o impedimento. Porém, em seguida, o Senado rejeitou, por 42 votos a 36, a inabilitação de Dilma para exercer cargos públicos por oito anos, conforme previa a constituição.





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